segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

CONVIDO


Desta vez nem texto, nem poema, nem indignação muito menos um desabafo ou coisa a que estão habituados (as)
Faço um convite
Boa???
Ok… Ok… Ok
Eu explico
Andava eu de cabeça enterrada na areia para nada ver e muito menos sentir
“Uma alguém” muito especial para mim, agarrou-me na mão e levou-me até um canto chamado –Alma Carioca –
Pois é
Descobri um sitio, que me apetece dizer que foi feito a pensar em mim (eheheheh)
Um cantinho, onde podemos escrever e ler calmamente e pelo prazer de o fazer e não por obrigação ou dever
Um cantinho, onde a ambição, procura de protagonismo, vaidade (por agora não tem lugar)
Entre os colaboradores, existe incentivo, respeito e a inteligência sensível
Percebi que inteligentemente é bem administrado
Percebi também, que a vontade de cruzar culturas, realidades, experiencias, SENTIRES e SABERES é demasiado grande para eu não partilhar com outros
Por isso…faço o convite a todos os que me lêem
Vão espreitar “Alma Carioca”
Leiam…e se gostarem por lá fiquem…sei que vão ser bem recebidos
http://www.almacarioca.net/
Aqui neste cantinho que é vosso, na coluna da direita, no titulo
“ Gosto de espreitar” está o link sempre ao vosso dispor
O convite está feito, espero lá por vocês e…aquele abraço do tamanho do mundo que já conhecem

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Andam a gozar com esta merda...

Ontem no I.P.O. de Coimbra, uma vez mais lamentei por um Pais chamado Portugal, pelo povo português e pela mentalidade vaidosa e tão sem essência do Sr. Estado deste pais
Uma ambulância, uma enfermeira, um pai com a filha ao colo, procuravam ajuda para a menina ser ligada “à máquina”(desconheço qual)
No fim de esperarem, saíram na procura de uma máquina vaga já…que a do I.P.O de Coimbra, estava ocupada com outra criança
A ambulância, a enfermeira, o pai com a filha ao colo…lá partiram para outro destino onde a tal máquina estivesse vaga
É de conhecimento público, a desgarrada competição dos conselhos e freguesias em apresentar ARVORES DE NATAL com INFINDAVEIS LUZINHAS que acendem e apagam
Gritam aos sete ventos que cada uma é a maior
Pois muito bem, “METAM AS LUZINHAS NOS… BOLSOS” e poupem para salvar vidas
É vergonhoso...se não fosse ser tão tristemente triste seria anedótico
Sua Ex. Sr. Estado, enquanto brinca ao poder, abanando obras e eventos sem motivos, uma ambulância, uma enfermeira e um pai com a filha nos braços procuram pelo pais uma máquina vaga
E o povinho vai batendo muitas palminhas a cada passagem do Sr. Estado Poderoso
Bate palminhas Zé povinho, engana-te bastante enquanto teus filhos morrem por culpa do teu pacifico desencanto

(Provavelmente por andar com os fígados azedos e a moral indisposta o meu sentido critico-social ficou meio que acicatado...um pouco intolerante e bastante osso duro de roer.Chamem texto, coluna ou indignaçao eu por mim...é muito enjoada e enojada desta mentalidade portuguesa ...de nada fazer)

domingo, 14 de dezembro de 2008

Nascido em mim


Canto este fado
Nascido em mim
Em tom alinhavado
Com notas de cetim

Dizem ser saudade
Chamam de dor
Eu tenho para mim
São lágrimas sem cor

Estrelas semeadas
Luas enfeitadas
Sois procurados
Constelações viciadas

É tudo o que tenho
Nesta lembrança cansada
Fica o esperar
Nesta saída emparedada

Escuro infinito
Percorro tacteando
Ao fundo a luz
Para mim acenando

Com notas de cetim
Canto este fado
Nascido em mim
Em tom alinhavado

sábado, 13 de dezembro de 2008

O meu fado


Este fado que canto
Em que rio e choro
Abraço o desencanto
E beijo a morte
Caminhos percorri
Lutas travei
Desafios aceitei
Nesta vida de má sorte

Viciados são os dados da vida
Até doer gargalhei
Ri para me ouvir
Acreditar assim que era feliz
Amei como sabia
Sonhei quando podia
Apostei onde não devia
Agora estou perdida

Não foi mal de amor
Nem tão pouco reles ilusão
Foi nascer na hora errada
Protegida por alma desventurada
Sina tão mal escrita
Que por linhas tortas
Sempre andei
E sempre tão mal lidas

(PASSADOS UMAS HORAS VONY FERREIRA, ESCREVEU SEGUINDO A MINHA TENTATIVA POETICA)

Fado que vou chorando

Nas sombras do tempo

Como se um rio corresse

Nos meus tristes pensamentos

Violência que me oprime

nesses muros frios da saudade

Mas por mais que dor me mate

Eu subsistirei à dura tempestade!

Fado, meu fado

Que me arrancas um louco gargalhar

Porque mesmo descalça

Nunca deixarei de caminhar...!

Amarei todas as luas

Por mais que os Sóis me fujam

Subirei todas as estrelas

Por mais que os rios me afoguem!

Fado que vou chorando

Numa suplica de desventura

Ah, mas nunca os meus versos

Morrerão dessa amargura!

(obrigado Vony, por teu e carinho e cuidado)

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Alma... perdoa-me

Tenho a alma descalça
Ela em queixumes lamenta suas feridas
Procuro quaisquer sapatos para a calçar e…não encontro
Tenho a alma perdida no escuro
Ela por mim grita…e soluça
Procuro uma lanterna…e não encontro
Tenho a alma despida
Ela chora seu frio
Procuro roupa para a confortar…e não encontro
Tenho a alma faminta
Ela com sofreguidão pede comida
Procuro uma refeição…e não encontro
Desculpa alma
Perdoa-me se fores capaz
Tuas necessidades já não são mais as minhas
Desculpa alma
Perdoa-me se poderes
Estou a trair-te eu sei
Sei que queres minha força
Precisas da minha garra
Mas eu já não quero mais
Alma, sempre foste companheira
Alma, obrigado por tua companhia
Alma, não fiques triste
Um dia tinha que acontecer
Sonhei sem nunca contar as vezes
E todos eles só foram sonhos…nunca mais do que isso

Recomecei vezes sem conta
Corri, lutei, em tudo sempre me dei
Nunca virei a cara a um desafio
Desafiei o destino
A morte anulei
A fome venci
Fui amada como ninguém
Gargalhei até doer
As lágrimas anulei
Cantei alto para me ouvir
Amei… como sei
Minha vida troquei para oferecer vida
Um dia tinha que acontecer
A guerreira está vencida


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

QUERO...


Queria ser um pássaro para as asas fechar…deixar-me cair neste abismo que em eco chama por mim
Queria ser a folha no Outono, que dançando caí no chão e que já ninguém a olha já ninguém a vê…e finalmente na terra descansa
Queria ser um barco qualquer…para me afogar na primeira ondulação
Dava-me tanto jeito deixar de se covarde
Esta teimosia de que tudo consigo ahhh não passa de cobardia
Esta persistência de que tudo venço aiiiiiii não passa de vaidade
Queria ter a força de saber desistir
Queria ter a coragem de saber ser vencida
De nada vale escrever e reescrever sentires ou emoção…quando dentro de mim morreu aquilo que me prendia aqui
Sonhar é muito bom…quando temos permissão para o fazer
Receber é óptimo…quando não temos que pagar o resto dos nossos dias, os juros desse prazer
Rir é arma mortífera, de tanto rir por desprezo aprendi a desprezar a vida
Quero muito o dia em que já não gargalho e finalmente permito uma gota de orvalho nascer dos meus olhos
Quero muito o dia que olho para mim, e saber que naquele dia tenho a coragem e a força de encontrar a sabedoria que
estou vencida

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Sei lá...


Um novo estilo de escrita? Será uma transformação emocional?
Foi-me dito em tom de interrogação
Sei lá…novo estilo…transformação emocional…evolução…amadurecimento…pouco importa
Escrevo como escrevo
Sou quem sou
Estou como estou
Se é um grito… se é um choro…se é um encolher de ombros…se é um desprezo em tom de gargalhada…talvez mesmo um virar de costas…sei lá
É o que é
Pouco importa, analisar para querer saber e com isso compreender
É engraçado nada sentir, estou desligada e muito serena
Sei lá…é como se eu fosse dona do TEMPO
Sei lá…é como se eu fosse rainha da terra do DEPOIS
Sei lá…é como se eu fosse senhora DO ACASO
Pouco importa se estou acordada
Pouco importa se durmo
Estou por estar
Correr atrás do incerto…?
É pouco coerente
Segurar nas mãos a certeza…?
Inteligente não é
Viver na neblina do sonho sorridente…?
É negligente e credulidade a mais
Abraçar o acreditar…?
É tão pouco consistente
Novo SENTIR?
Nova etapa?
Novo estado de alma?
Novo olhar?
É possível…sei lá…provavelmente nem quero saber

domingo, 7 de dezembro de 2008

Tenho um livro...


Deram-me um livro na hora em que nasci …que leio e releio sem nunca parar
Sua capa é um xaile…já velho
Dedicatória não tem…apenas um titulo “ Reciclar destinos”
Pego nele sempre com carinho
E releio vezes sem conta
E vezes sem conta, com sabor amargo sorriu
As personagens escondem lágrimas
Nas suas culpas, repousam razões em que deitam as vidas daqueles que os amam
E na minha leitura a compreensão é REI
Conta uma história igual a milhares de outras e…sempre reciclada nas emoções
Muitas vezes adormeço abraçada a ele, cansada de tanto o ler
No dia seguinte, pego nele e volto a ler
Os intervenientes mudam de cara, as lágrimas alteram o sabor e suas culpas em motivos diferentes
Mas a história, fica sempre igual
Perder procurando ganhar a libertação
História rodopiante e louca
Consigo ouvir os gritos torturados no silêncio de cada personagem
Consigo sentir os risos do ridículo das percas impostas
Mas o fim …esse não conheço
Nunca o li…pois sou eu que quem vai ditar cada palavra…reciclando assim as paginas do meu destino

domingo, 30 de novembro de 2008

Virar de página


11h da noite, bebo um álcool qualquer, cigarro na mão, tenho frio o sono pesa e…dou comigo a escrever
É como se eu fosse desventrada por um grito assassino
Dói-me o corpo
Pesam-me os olhos
É como de minha alma tivesse morrido
Escrevo sem pensar
Escrevo porque preciso escrever e…sem nada para dizer
Mais um golo com garra
Mais uma passa com ganas
E volto a escrever
Quero sentir
Preciso sentir
E…rio
Rio de mim
Rio da vida
E rio de nada sentir
Deito o passado fora em caixotes
Dou a minha memória em caixas,a quem quero bem
Tudo coisas, somente coisas …nada mais do que objectos
Quem recebe…fixa-me nos olhos não querendo acreditar…e lamentam, e querem negar
Eu rio, gargalho…e…dói-me o corpo
Olho para as novas paredes…e acarinho os móveis tão meus conhecidos
Vejo um fragmento e outro do passado e…ainda espreito o futuro…ridículo nada sinto
Mais um golo
Outro cigarro
Estou inteira, estou viva…estou bem
Vira mais uma página desta minha vida

domingo, 16 de novembro de 2008

Por mim...não chorem


Por mim não chorem
De mim não desistam
Porque eu nunca vou desistir de ser quem sou
Eu gargalho sem vergonha alguma
Com desprezo por esta coisa que chamam vida
Os ombros encolho quando no chão estou caída
E cara levantada sorrio e gargalho
Deste poço em que nasci – VIDA
Por mim não chorem
De mim não desistam
Porque eu nunca vou desistir de ser quem sou
Teimosamente DIGNA
Tenho garra
Esgravato até à alma ao nascer de cada dia
Até as unhas sangrarem lágrimas doridas
Teimosamente digna eu sou
Chamem-me o que quiserem
Por mim não chorem
De mim não desistam
Arranhada chego ao fim de cada dia
Quero lá saber
Na dor sou mestra
No renascer destemida
Por isso me chamam de altiva
Nas minhas certezas me calo
No saber do meu EU me silencio
Sei até onde sou capaz
Destemidamente não me renuncio
Por mim não chorem
De mim não desistam
Riam …gargalhem comigo
Esta vida não merece mais nada


terça-feira, 11 de novembro de 2008

É só... uma oração

Neste fim de tarde chuvoso, tacho ao lume com planos de melhor conseguir a ganhar tempo para nada falhar
Neste fim de tarde caí chuva miúda, parece que salpica gotas de MUDANÇAS
Vigilância repartida entre o fogão e o ecrã, nasce uma oração
Que eu seja o orgulho que quem perde
Que em mim se faça a vontade de CONSEGUIR
Que eu seja a folha virada de um livro qualquer
Que em mim se faça a CORRECÇÃO de uma qualquer leitura
Que eu seja a força desdobrada
Que em mim se faça a desdobra da CALMARIA
Que eu seja a roldana que tudo eleva
Que em mim se faça a FORÇA de nada querer
Que eu seja o sonho real
Que em mim se faça a REALIDADE sonhada
Que eu seja a palavra certa no momento oportuno
Que em mim se faça a oportunidade INESERADA
Que eu seja a mão fortaleza
Que em mim cresça a fortaleza INVENCIVEL
Que eu seja o grito da convicção
Que em mim se faça a certeza INDESMENTIVEL
Que eu seja a força que desbrava
Que em mim nasça a braveza de VENCER
Para CONSEGUIR a CORRECÇÃO em CALMARIA e com FORÇA vencer a REALIDADE tão INESPERADA e traidoramente INVENCIVEL de forma INDESMENTIVEL VENCER e poder gritar até doer eu ainda aqui estou e uma vez mais venci-te VIDA



sexta-feira, 7 de novembro de 2008

TITULO??? Quem quiser que o dê


Deitada na cama, bebo uma caneca com chá, enrolo um cigarro e sorrio e recordo os tempos em era estudante, para poupar uns trocos
Olho para o ecran branco que por mim espera
Quero escrever…quero muito escrever
Mas dentro de mim nada tenho de sentimento
Não é vazio…esse conheço de ginjeira…em tempos fomos companheiros
Apenas não sinto…nada sinto
Não me afogo em raiva
Lágrimas não as sinto
Tristeza não pressinto
Rir não consigo
Escrevo….deleto
E volto a escrever…para deletar novamente
Mais um golo de chá e ajeito o edrdon e almofada
Volto a escrever e continuo a não sentir nada
Igual a uma casa
Sem moveis, sem cheiros, sem barulhos…sem nada
E que é largada pelo dono ao rodar a chave pela ultima vez
Não sinto nada

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

BANHO


De braços estendidos, rasgo o mar
Beijado pela lua com beijos de prata
Enterro minhas mãos no frio da água
Fecho os olhos e procuro… minha alma
Caravela é o meu corpo que baila na água gelada
O escuro da noite me abraça
E eu solta… danço dentro da água
Liberdade boa esta…dentro do mar embalado na noite
Devagarinho nado… sem pressa
Dentro do meu mais fundo…uma réstia de um sonho
Mergulho no meio do ondular
Bolhas brincam ao meu redor
Preciso de respirar…abro os olhos cintilam estrelas
Coscuvilham o que vêem
Encho o peito de ar…mergulho outra vez
E de olhos abertos…brinco com a noite
Que acaricia o meu convés
Bolhas atrevidas correm à minha volta
E eu divertida quase esqueço
Que está na hora de voltar...
Flutuo quase a medo…ao mar não quero ser pesada
Caravela malvada esta…que traz a vela amarrada
E no meu BANHO nocturno procuro a âncora desesperada.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

As vezes que morri

Encostada no sofá oiço o cantar da chuva embalado pela música do vento
Procuro carinho na manta no seu abraço quente
Fecho os olhos, e vencida as lágrimas rolam
Quantas vezes já morri???
Não me lembro
Quantas vezes renasci???
Talvez não me queira lembrar
Olho para minhas mãos e o que tenho de meu…é tão somente os caixões em que me deito
Vitórias… essas, sorrio sempre com seu sabor tão amargo
Sinto o calor da manta que me enlaça como num feitiço
Penso no DEPOIS…e fecho os olhos
Acho que não quero mais saber de voltar a morrer
Eu sei que vou voltar a nascer SIM
Ahhhh como vou voltar a nascer
Mas esse nascimento que seja para mim eternamente infinito

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Tão cansada...

Jantar feito, loiça lavada na cozinha arrumada.
Casa cheirosa, roupas engomadas.
Momento dos telefonemas aos vizinhos idosos, com a boa noite e saber se está tudo em ordem.
Trabalho de amanhã…já embrulhado…tudo adiantado
A cadela deu a última volta do dia no bairro
Confirmei a tomada do berbequim amigo…desligado
Pijama vestido, cara lavada e pó do vidro tirado.
E agora sozinha tenho o meu momento…finalmente
Ligo o computador…o ecrã fala comigo
Desvio os olhos para nele não me ver
E começo a escrever
Sei que a hora está a chegar
A hora em que não tenho querido pensar
Minha cabeça gira de tão cansada
E amanhã novamente vou ocupá-la
Pensar não quero…
Fico triste e derrotada
O sono invento que já espreita…abro a boca num bocejo provocado…
Fica assim com mais verdade
Olho para a parede…e vejo
Que tudo em breve vai ter que mudar
Conversas caladas
Silêncios em forma de sorrisos
Controlo excessivo
Estou tão cansada…
Acendo um cigarro…uma companhia que me é tão amiga
Estou tão cansada…
De mim? De estar viva?
Sei lá!!!
Sinto que algo em mim já não é mais o mesmo
Sei que algo em mim se transformou…ou simplesmente em mim morreu
Sei que estou desligada, desinteressada e muito afastada
Estou tão cansada
Os dedos carregam no teclado…volta e meia roçam delet
Faz-me lembrar quando rasgava os papéis que escrevia sem destinatário
Puxo uma fumaça, encosto a cabeça
E penso – é melhor deitar-me
Amanhã é um novo recomeço de tudo fazer só… para estar ocupada
Estou tão cansada…


segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Raios partam isto...

Ahhh se eu pudesse gritar este grito surdo em forma de mil ecos
Ahhh se eu pudesse arrancar a mudez que te afunda nessa areia movediça de vazio
Essa desistência mórbida e azeda…não faças isso a nós
Esse cair de armas nesse arrancar de armadura…não faças isso a nós
Não me empurres para um canto…eu de ti não desisto
Não me obrigues a fingir mais ainda…eu de ti não desisto
Nessa dor eu vou estar
Eu estou caramba
Nesse medo eu vou estar
Caramba também está em mim
Não permito nunca que me afastes das tuas lágrimas
Eu estou aqui para enxugar
Não permito nunca…nunca que o silencio que devore em medo
Eu estou aqui e gritos alucinantes por ti dou
Esse ardor no peito que trazes e que te anula
Nem que seja com lágrimas eu o apago
Ouve o que te digo
Tu és tudo o que eu quero para mim
Foste quem eu escolhi
Não te atrevas a desistir de ti
Não te atrevas a desistir da vida
Não faças isso a nós
Ahhhh que raiva de te ver sofrer assim
Ahhhh que ódio desta vida
Não te atrevas a virar costas a esta batalha
Não te atrevas a deixares-me aqui sozinha
Onde está a tua coragem
Onde ficou a tua garra
Não quero saber do teu cansaço
Não fales no teu desalento
Luta carambas
Luta
Raios amor não me desiludas por favor
Não vires as costas a ti próprio
A guerra ainda não acabou raios
Não faças isso a nós

sábado, 25 de outubro de 2008

Etiqueta

Estás tão diferente! Pareces outra pessoa!
Foi-me dito em tom quase… saudade.
Sorri olhando bem nos olhos… e em silêncio fiquei.
Por vezes fico com a sensação que há minha volta andam todos a lamber as suas próprias feridas e de tão ocupados que estão nem param para fazer a pergunta certa
- Que aconteceu contigo tão marcante que estás tão transformada?
Tenho a convicção que até respondia por ser uma pergunta inteligente
Mas com constatação já feita não vou desgastar-me com explicações…
Parto do principio que quando se constata não estamos à espera de uma resposta
Fizemos o diagnóstico, passamos a receita e até demos o horário e direcção da farmácia.
É muito engraçado observar a forma que a maioria encontra, apenas por ficar sempre bem, a preocupação com os outros.
Este jeito meio solução apressada sempre me deixou intrigada.
Será falta de percepção?
Será falta de tempo?
Ou será estupidez a mais?
Ou será inteligência a menos?
Raios, quando alguém se transforma em demasia, alguma coisa aconteceu…
Carambas, quando alguém deixa de ser quem um dia foi, alguma cicatriz está por fechar…
Xiça, até a burrice tem limites
O tempo em que relevava a inutilidade da preocupação cínica e fingida
Já lá vai
O tempo em que a paciência era uma constante
Já lá vai
O tempo em este tipo de conversa miudinha me obrigava a agradecer
Já lá vai
Já não tenho tempo, para este faz de conta de quem veste a caraça de boa pessoa
Já não tenho tempo, para as regras da etiqueta
Quando se gosta de alguém e esse alguém se transforma, paramos e frente a frente com os olhos mergulhados no seu olhar
- Ninguém muda assim porque quer, o que se passa contigo, não finjas nem fujas eu estou aqui
Isto seria alguém minimamente inteligente e digno(a) de saber a verdade
Entrar no jogo das boas maneiras…isso é coisa que já não tenho paciência
Tenho pressa de VIDA
Tenho pressa de MIM
Tenho pressa da VERDADE
Um dia na estação do Metropolitano do Parque li
“ Etiqueta é estar à altura da necessidade de cada momento”
Quem escreveu??? Não me lembro do nome
Mas com toda a certeza um dia cansou-se de ouvir palavras vazias e sem corpo




quarta-feira, 22 de outubro de 2008

E o vencedor é...

Em primeiro lugar apareceu Dama de Cinzas, que com seu ar despachado e irreverente que tão conhecemos com um sorriso respondeu:
- Sou péssima para essas coisas, mas se alguém acertar me conta
Logo de seguida entrou Bianca Rieth, muito curiosa e quase a medo
- Cara, isso é muito legal. Sabe que até hoje eu não sei, como diz a Dama "sou péssima para essas coisas", minha cabeça não consegue pensar..hahahha!!
Adriano Queiroz, quase engasgado em tom de pergunta:
- Cigarro ?
A correr que nem menina travessa e traquina entra de rompante a Fernanda e meus amigos nem repito a resposta ahahahahah
Serenamente que só ela Dolores – novo olhar – ficou curiosa mas ficou-se por isso mesmo
Haere mai que não quis ficar a traz, de forma decidida respondeu :
- É o cigarro e não se fala mais nisso. A espanhola é a boquilha! Agora manda para cá o prémio se não processo-te por publicidade enganosa
Já eu pensava que meu canteiro não era mais visitado, como quem não quer a coisa aparece Angela Ladeiro:
- Fiquei em pulgas...é que não conseguirei adivinhar...vou vir cá de novo para saber o que os outros descobrem…
Zélia – mundo azul – no seu jeito complacente e amigo:
- ...parece que já descobriram!Também acho que é o cigarro...


Minhas senhoras e meus senhores é chegada a hora de anunciar o (a) ou os(as) vencedor (es)
……………. ……………………. ( ai perdão estava com a garganta seca)………….. ……………………… ( desculpem é dos nervos próprios dos momentos solenes) ………………………

A resposta certa é ............ O CIGARRO
Porém acertando ao não somos todos NÓS , vencedores porque mesmo que por momentos conseguimos saudavelmente brincar igualzinho crianças .
O meu abraço REPULHODO do tamanho do mundo para todos vocês






sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Qual é coisa qual é ela??? Quem adivinha ???









( autor desconhecido apenas sei que é obra popular)










Durante a próxima semana digo a resposta .
Quem adivinhar...ganha a TAÇA sempre cobiçada em ouro - ABRAÇO REPULHODO - em cerimónia pública.
Concorra

eheheheh rrrsssssssssss

Bom fim de semana ahhhh e não vale batota


ADIVINHA

Pode ser curto ou comprido,
pode ser grosso ou delgado.
Quase sempre anda escondido,
Quando não é procurado.

Quando é chamado a servir,
tem a mão de o trazer.
Bem direito e bem roliço,
o seu uso dá prazer.

Uma vizinha que eu tenho
espanhola, forte e bela,
pede às vezes com empenho
que eu encoste o meu ao dela.

De três sílabas composto
e sete letras tem só.
É coisa que até dá gosto,
tem C; R e acaba em O?

O que é?



quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Não quero saber...

Que dias loucos eu invento só para não pensar…não quero saber
Toca o despertador 6h30 da manhã.
Beijo meu homem, aconchego a roupa e digo baixinho
– Amor ainda é cedo
Visto a jardineira já é manhã
Desço num passo fecho - me na oficina
Trabalha berbequim trabalha…Não quero pensar…não quero saber
Vidros ladrilhados do berbequim saem
Em seus reflexos vejo uma cara marcada…Não quero pensar…não quero saber
Horas do pão, pego a sacola
Componho as marcas…da minha cara
- Bom dia vezinha
- Bom dia Sr.António
Com as mãos nos bolsos puxo a ganga da jardineira… amarrotada
- D. Graça bom dia
- Bom dia Elisabete
- Então essa perna?
- Está na mesma filha
- Ao fim da tarde estou por aqui
- Obrigado meu anjo
Viro costa, aliviada tiro o sorriso da cara
- Bom dia vizinha
- Ó Sr. João, bom dia – aceno com a mão
Continuo caminho…não quero pensar… não quero saber
Num alpendre entro, toco a campainha
- Ès tu minha linda?
- Sou D.Conceição
Abre a porta
- Então esse beijinho?
- Se não fores tu filha…
- Já estivemos a falar melhor. Onde está a pomada e a ligadura?
- Está no quarto
Massajo o braço meigamente, as dores são muitas
Enrolo a ligadura naquele braço que da vida está tão marcado
Não quero pensar…não quero saber
Um beijo lhe dou e na cara lhe faço uma festa
Compro o pão e faço o caminho ao contrário
- Bom dia Sr.Zé
- Bom dia vezinha
Rua acima lá vou eu não quero pensar… não quero saber
Subo as escadas, tiro a jardineira, escovo o cabelo e dou um jeito à cara vincada
Tenho que estar bonita para o meu amor
- Estás bem, tens dores?
- Está descansada, estou bem – responde a esconder aquilo que ambos sabemos
Faço o almoço, aprumo temperos
Não quero pensar…não quero saber
Lavo a loiça, digo tolices
Pareço uma barata tonta
Visto a jardineira, beijo o meu homem, meto os meus dedos nos seus cabelos grizalhos
Dou-lhe um beijo com demora
Agarro a sacola ponho a tiracolo
- Vou para a oficina até logo
Desço as escadas a velocidade de um soluço
Trabalha berbequim trabalha
Não quero pensar…não quero saber
4h da tarde, pego no telemóvel e com voz teatral
- Marido estas bem? Precisas de alguma coisa?
- Não baixinha, está descansada eu estou bem
. Homem meu tu por acaso sabes que te amo muito?
- E eu a ti baixinha
Desligo o aparelho
Trabalha berbequim trabalha
Não quero pensar…não saber
Pó e mais pó à minha volta
Não quero ver…
Cinco da tarde vou a casa da D.Graça, massajo a perna atrofiada
Volto para casa, beijo o meu amor
Tiro a jardineira e arrumo a cara cansada
Na cozinha estamos os dois
Faço a jantar, aprumo temperos
Falta a imaginação aos dois para tapar os silêncios
Jantar na mesa a fumegar nos olhos do meu homem espreita a desistência
E num repente salto com uma piada
Ele sorri, sabe a intenção
Temas sem nexo servem de motivo para conversas sem juízo
Ficamos na sala enquanto escrevo
Escrevo piadas…que são amargas
Não quero pensar…não quero saber
Meu homem vai deitar-se, já começa a ficar cansado
- Não demores baixinha, eu espero por ti
- Não demora nada
Escrevo coisas no ecrã
Outras no papel e essas faço batota
Deito fora…não quero ver
Vou deitar-me, enrosco-me nele em silêncio
Meia dúzia de tonteiras dizemos
Não queremos pensar…não queremos saber
Apagamos a luz
Não queremos ver… marcas no calendário
Será o que tiver que ser o FUTURO
Certezas de vida é neste AGORA



domingo, 12 de outubro de 2008

Como doí...

Caneca de café, cigarro na mão, sentada na varanda e brinco à cabra cega com o pôr – do - sol.
Respiro o ar que o vento me oferece com o cheiro do meu mar da Nazaré misturado com o cheiro da Serra dos Candeeiros.
Cheiro conhecido, não tem novidades para mim.
Cheiro que traz lembranças, memórias que não tem fim
Imagens de amor, carinho que um dia absorvi…e guardei dentro de mim
Palavras sábias, em tom de experiencia foram gravadas sem escopo nem martelo somente com uma entrega que não tinha fim.
Foi amor sem cobranças
Foi amor sem exigências
Foi amor apenas por amar
Ai como dói a saudade
Ai como dói recusar esta dor
Desventro-me para sorrir
Mutilo-me em cada homenagem que faço gargalhando e sorrindo
Como se engana a DOR?
Como se engana a nossa alma,
Minha alma chora e se arranha para me manter viva.
Ai como dói este querer alimentar de Saber e Dedicação
Ai como dói este sorriso todos os dias para Homenagear
Chorar não posso…não devo…não era Justo
Tenho que sorrir… desta forma tenho que lembrar
Ai como dói
Gritar não posso…ninguém consegue entender
Eu nada perdi…apenas tudo se transformou
Nesta transformação tudo é difícil
Ai como dói
Ter saudades apenas sorrindo
Amar para mim, agora… tem outro sentido
Amar para mim, agora…tem outra plenitude
Amar para mim, agora…tem outra finalidade, honrar o me foi ensinado
Sorrir por saber que não me queres ver chorar
Ai como dói este buraco vazio no meu peito
Ai como dói este pensar que já não te vejo
Tenho mais do que um dia pedi
Mas dói viver por saber que só te tenho conjugando em Passado





quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Descobri

Cigarro na mão que acompanha uma Ginjinha numa noite que promete uma manta nos pés da cama.
Sorrio com gosto a fel a cada palavra
Hoje descobri…a leveza da palavra NÂO
Só agora descobri que NÂO…é precioso para a limpeza da nossa alma
É como o cortar de correntes ferrugentas que infecta meus pés
É como o abrir de uma gaiola num quarto escuro empestado de humidade
Só agora descobri que o SIM na minha boca, não era mais que o pedinchar constante para gostarem de mim
Só agora descobri que a cada SIM nos meus lábios, não era mais que o começar de penitências muito acima daquilo que podia suportar
Abro mão de ser “porreira” ou “uma gaja fixe”
Passar a ser qualificada como fria?
Tanto melhor…não me interessa nem quero saber
Passar a ser qualificada como distante
Tanto melhor…não me interessa não quero saber
Saber que dou jeito
É curto para mim
Saber que é bom eu estar à mão
Já não me chega
Eu mereço e quero mais
Migalhas não me satisfazem mais
Oportunismo…já não me ilude
Exploração…não me convence mais
Esgotei a minha quota de abnegação, dedicação e aposta… apenas por ser mais fácil para mim
Queria que gostassem de mim…
NÃO, são três letras somente
Hoje disse a medo…faltou-me convicção…cravei as unhas na palma da mão
Mais outras três direi…até aprender que EU também sou gente
Outras três vou falar sentindo
E três outras direi em tom de verdade.
O melhor de mim sempre dei…até me anular
Mas a minha dignidade eu não vou perder nem dar

domingo, 5 de outubro de 2008

Diferentes...Universos

Universos tão diferentes…e tão próximos
Mundo feminino uma cesta de fruta ornamentada com flores
Universo de emoções agridoces, que se debatem com subtilezas, de casca de cor desdém, sorrindo quando choram e chorando quando sorriem
Mundo preso a correntes de elos convencionais e do que parece bem
Universo de sonhos bebericados numa taça de licor chamado amor
Mundo com armas de grandeza mortífera, saída das entranhas em forma de palavras
Universo dividido pelo mar do querer e do que não tem
Mundo ocupado de auge num só momento
Universo colorido pelas suas verdades
Mundo que bebe verdade na sua ilusão
Universo de sementeiras com dor
Mundo em branco que dá inspiração ao pintor
Universo viciosamente sedutor
Mundo intricado e misterioso sabiamente escondido
Tão próximos…Universos tão diferentes
Mundo masculino, caravela vagabunda aventureira nas ondas do pensamento escondido
Universo de acção sentida e tão dúbia, que se debate com o desafio empurrado, para o silencio envergonhado e incompreendido, ao limpar as lágrimas com raiva porque não pode falhar
Mundo castrador de sonhos roubados pela razão da obrigação
Universo de canhões com balas certeiramente arrasadoras na sua imparcial crença
Mundo separado pela parede do que quer e do que tem
Universo das palavras mudas e das acções distorcidas
Mundo de plena procura em todo o seu tempo
Universo das verdades incolores
Mundo que se alimenta na luz do seu humor
Universo de sementes germinadas sem colheita
Mundo pintor de espaços em branco
Universo viciado em conquistar
Mundo frágil e tão graciosamente mascarado de muralha eterna
Homem…mulher
Mulher…homem
Nem melhor nem pior…são o complemento das suas falhas e a fortaleza das suas fraquezas
Nem melhor nem pior…são a atracção daquilo que não são

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

TITULO? Não tem...!!!

2 da manhã, e tudo se volta a repetir, cigarro numa mão na outra copo de álcool doce
Mais um sonho que fica por isso mesmo…um sonho…que liberto no espaço que já não é meu
É um circulo em que sempre estive, sempre vivi e nunca de lá saí
Amo e liberto o sonho em TROCA
40 anos de TROCAS
TROCO por amar
Engraçado…ninguém pede…ninguém exige
TROCO apenas por TROCAR
Sonhos, desejos, quereres
TUDO TROCO
Nada VIVO
Nada SOU
Nada TENHO
Sou igual a uma fonte
Não bebo nem me banho na água que dou
Apenas de mim saí a água
É como se as chuvas fossem emoções que em mim se juntam e se acumulam até verter
E eu igual à fonte formo lagoas de TROCAS por amor
Estranho… ter a lucidez suficiente para perceber, entender e acabar por ler todo um CURRICULO intrincado e atado em mil nós
E não encontrar as entrelinhas para desatar e deslindar uma escrita para outra história
TUDO TROCO
Nada VIVO
Nada SOU
Nada TENHO
Crio sonhos… que pinto em realidades para CAMINHOS que não são meus
Fabrico soluções… para vender a quem PROCURA
Adivinho REALIDADES …que muitos não se atrevem a reflectir nem vislumbrar
Equaciono PERGUNTAS… que outros tantos se acobardam de faze-las
Impulsiono EMOÇÕES e SENTIRES… em corações vazios
Ilumino OLHARES… ENTERRADOS em escuro desencanto e desespero
Canto FRASES em tom do saber… com palavras que desconheço existirem em escalas da reflexão e do reencontro
É estranho…quando tenho o atrevimento de sonhar para mim e a petulância de visualizar o sonho…rápido tão rapidinho o AGORA da PRIORIDADE em forma de teste…quase PROVA DERRADEIRA aparece de lado nenhum…apenas cresce na minha frente, como se ali sempre estivesse
E eu apenas TROCO
TROCO o que TENHO de mais valor no momento por ALGUÉM para mim ainda mais valioso
Também é certo que as TROCAS são sempre em justas proporções
É certo também que as TROCAS são sempre CUMPRIDAS.
TUDO TROCO
Nada VIVO
Nada SOU
Nada TENHO
Esta capacidade de NEGOCIAR…impossíveis
Esta capacidade de NEGOCIAR… destinos
Esta capacidade de NEGOCIAR… caminhos
Faz de mim um fantoche esbatido, roto e destorcido
Um DOM que me foi dado mas que não foi feito para por mim ser USADO…apenas para ser vivido
É como se a energia que produzo ininterruptamente seja uma luz quente e docemente atractiva
Quando tudo TROCO
Nada VIVO
Nada SOU
Nada TENHO
Para mim apenas fica o silêncio de uma lâmpada eternamente fundida

domingo, 28 de setembro de 2008

Agora...TU e eu

Ora bem, agora nós, TU e eu
Agora que estou, mais cheia de mim, posso olhar nos teus olhos e sem receios, sem evasivas e sem entrelinhas vamos conversar.
Agora que atingi a fase do “não quero saber” e do “não me interessa”
Vamos conversar.
Fiquei zangada contigo SIM
Não ponho em causa a tua existência, mas esta coisa do “luta agora os PORQUÊS sabes depois” já cansei.
TU, és quem mais me conhece, por isso de nada vale querer fazer papel de resignada ou coisa que me valha.
TU, sabes bem demais que nunca fui mortal para de braços cruzados, ficar à espera do desabar.
Sabes que perante TI, sempre na nudez mais despida assumi a minha condição de mortal.
Sabes que perante TI, sempre assumi minhas escolhas e suas consequências.
TU sabes, que sempre apostei em ser aquela guerreira sobrevivente, com o corpo doendo sorrindo sempre com alma.
Quando vivo a dor alheia, de sorriso triste olho para TI percebes sempre minha mensagem…e acodes
Quando vivo minhas dores, de sorriso confiante olho para TI e dizes sempre – toma lá nada que não te engano.
Pois bem, quando entenderes que até sou merecedora de alguma atenção TUA…eu agradeço
Muito bem, quando entenderes que é tempo de me facilitares um BOCADINHO as coisas por aqui…eu agradeço
DEUS, ÉS um óptimo jogador com o ACASO
Todos ficam sempre reconhecidos quando a “ocasionalidade” certeira lhes bate a porta.
Pois então, também eu gostava de fazer esse sorriso de espanto e gratidão
Pois então, também a mim me dava jeito, não ter que andar à procura de porta aberta “por ironia do DESTINO”
DEUS, jogas bem xadrez…demais para meu gosto
A forma como movimentas os AGORAS, os ACASOS e as COINCIDENCIA, a ser verdadeira já me começa a irritar e faz-me duvidar das regras deste jogo que , todos agradecidos e muito reconhecidos chamam de vida e que és TU taaaão… generoso que a dás.
Muitas teorias por aqui são faladas, que faz parte da evolução, que são ajuste de vidas antigas patati….patata
Teorias engenhosas … mas não mais que teorias
Por mim não quero nem me interessa saber.
Sei que de EVOLUIR cada um de nós escolhe ou não crescer
Lembras-te do livre arbítrio? Pois então não fui eu que deixei esse legado. Certo?
Sei que…de nada me lembro desses PASSADOS, por isso essas contas em divida para mim estão soldadas
DEUS, sabes que a escolha que fiz, foi sentida, pensada e verdadeira
DEUS, agora cabe a TI escolher também

( Este texto é só um estado de alma, uma simples conversa comigo e com ELE. Não o ferir a Fé ou sensibilidade de quem quer que seja.)


quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Meu TESOURO...Minha JOIA


No meu colo podia ter um TESOURO ou uma JÓIA
Nos meus braços podia ter Aquele que seria meu orgulho
De mão dada podia ver os dias passarem com Aquela que seria o meu sorriso
Fui obrigada a escolher se daria vida a um ser ou se alguém acompanhava até morrer.
Arrependimento não sinto…apenas lamento
Meu Tesouro…tua cara podia ser de traços fortes e vincados com olhos azuis como teu pai
Minha Jóia…podias ter covinhas ladinas com olhos cor de terra como tua mãe
Muitas vezes sonhei…
Com teu cheiro, com tua pele e ouvia tua voz a chamar – mãe
Inventei baladas sempre que na rua uma grávida via
Inventei histórias de castelos e princesas sempre que na rua me cruzava com o bebé de alguém
Arrependimento não sinto…apenas lamento
Assim escolhi…por amar demais
Sei que fui para ti uma boa mãe
Ao meu útero… proibi germinar
Aos meus ovários… privei gerar
Ao meu peito… neguei pulsar
Arrependimento não sinto…sei que fiz bem
Somente tenho saudades de ti…porque não te pari
Somente tenho saudades de mim…porque escolhi…não ser mãe

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

É tudo...MENTIRA

Sempre estive completa… numa serenidade sem medo
Minha existência sempre foi…uma onda suave e morna
Todos os QUERERES alcancei
Sempre fui compreendida
Ser rejeitada …nunca fui
Esquecida…não me lembro
Lágrimas…ouvi dizer que são salgadas
Derrotas… isso é coisa que não conheço
Feridas…não senti
Traições…isso existe?
Falta de horizontes...isso quer dizer o quê?
Temores…nem sei bem o que isso é
Todos os dias acordo viva…e gosto de mim
Cada riso, cada gargalhada…é sentida
Sempre tive fartura
Caminhos a seguir
Gente à minha volta dando o melhor de si
Sempre tive braços abertos à minha espera
De solidão nada sei
Sempre fui recompensada de algum esforço feito por mim
Mistérios, mentiras, evasivas e enigmas…não dei pela presença
Tenho confiança e muitas certezas
Sempre tive como resposta o SIM
Gosto de estar Viva

(agora vou guardar este escrito para todos os dias ler…e poder pensar que tudo isto é verdade)


sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Centro..."CHEGADAS" e "PARTIDAS"

4 da tarde, sol ameno e bonacheirão bate no telheiro da Roda Expresso
Brisa suave que promete para a noite humidade
Eu sentada num banco, companheiro cigarro na mão em amena conversa com a brisa
De canadianas nas mãos um ALGUÉM junto a mim passa, levanto os olhos dos rabiscos, o ALGUÉM continua seu caminho…a caneta faz seus rabiscos
Na minha frente outro ALGUÉM, lê o jornal pelo canto do olho vê olha quem passa, TAL e QUAL quem vê caminhos sem olhar.
Ao meu lado uma jovem petisca uma sandes com cheiro a um frito qualquer mastigado com alface.
Trincadinhas subtis, próprias de quem está de dieta…da vida talvez
Bem no meio dos meus pés, um pombo de papo cheio de si debica ali mesmo migalhas com sabedoria e conhecimento.
Olho o relógio – está quase na hora – agarro o saco e mudo de pouso
Sento-me junto da placa LINHA 5 /VIATURA 42
E volto a olhar…e volto a ver
Um ALGUÉM de mãos na cintura, com fralda da camisa de fora percorre o corredor devagar, lentamente próprio de quem espera aquilo que já demora.
Um autocarro (gosto mais de camioneta) chega.
Pessoas descem, com caras amachucadas mas muito Irrequietas, algumas despenteadas, umas quantas com olhos de Curiosidade que se lia Espanto e outras com muita pressa…
Todos me fizeram lembrar o despertar de um sono UTERINO
Brancos, Negros, Chineses, Ciganos, Brasileiros e até de Leste todos dentro das mesmas paredes.
Minha Lisboa é assim, tudo é igual a uma MEGA misturadora.
Casal novo para junto da placa, dois ALGUÉNS que respiram o mesmo ar de químico que compõe a paixão.
Nas mãos dela um ramo de flores. Para oferecer? Oferta de quem fica para quem parte? É pergunta que fica no ar
Uma ALGUÉM passa, amarrota um papel qualquer e atira ao chão
Com sorriso amargo pensei, quantos ALGUÉNS terá ela amarrotado e quantos ALGUÉNS a terão deitado ao chão
Na ponta do meu banco um jovem negro estilo “Hi man” sorve uma tablete de chocolate
Logo ao lado uma mãe e filho devoram pipocas arrumadas dentro de um balde.
Muitos ALGUÉNS, puxam malas com rodas, TODOS para TODAS as direcções
Novos ou velhos com seus caminhos comprados…
Está na hora…mostrei o bilhete…entrei LUGAR 7 … estava ocupado
Sorrio com o bocadinho de papel na mão e :
- Viva boa-tarde alguma coisa correu mal
- Estou no seu lugar, saio já – respondeu o homem acomodado no banco de fora sem me dar tempo a mais nada
- Sem os óculos não vejo nada – afirmou a mulher já de revista alojada no colo com pagina marcada
Esticou o bilhete para mim – veja lá
- Deixe cá ver – sacana digo mentalmente – pois …é o ligar 23
- E…é tão lá para traz – insinuou vagar o banco
- A mim não me incomoda em nada
- Não eu vou lá para traz, eu é que não vejo nada sem os óculos
- Pois claro isso acontece muito - respondi com um sorriso arrevesado que acompanhava a resposta silenciosa – cabra não vez sem os óculos e lês a revista
Fiquei a lembrar todos aqueles que ocupam as vidas alheias de formas tão diferentes mas sempre TÃO SEM INTENÇÃO
Sorrio deliciada, já com o olhar a beijar a minha Lisboa, traquina, irrequieta e ladina.
Num AGORA tão rica
Num DEPOIS tão paupérrima
E fico bem ao entrar numa das suas saídas.
5 da tarde, caminhos comprados na carteira
Rolam pneus nas estradas dos caminhos da vida
E agora digam lá que a VIDA não é igual a um centro de CHEGADAS e PARTIDAS



segunda-feira, 15 de setembro de 2008

TU...não tens culpa

Nos olhos TE olho…e digo sorrindo
Lágrimas… sorrisos
Dores…lamentos
Ganhos…percas
Vitórias…derrotas
E até perguntas…respostas
TU não tens culpa
A escolha foi sempre minha
A certa, a errada e… a nem por isso
Consequências não as temo…
Eu ando por aqui
Consequências eu assumo sem MEDOS…
Eu ando por aqui
Quando dos momentos menos bons eu procurei respostas e porquês…
TU sabes…nunca foi de dedo apontado para ti
Se na mente mantenho as conquistas…
TU sabes…é apenas para sorrir à vida
Por isso…de nada te culpo
Trago-te no peito mas de TI não tenho saudades
PASSADO…Contigo estou em paz
PASSADO sem ti não sou nada
Por tudo isto te digo
- PASSADO muito obrigada

sábado, 13 de setembro de 2008

CAPA

CAPA que tem o peso da caminhada de uma vida
Esta CAPA que fiz minha…e agora não quero mais
CAPA que de esfarrapada começa a ser um estorvo
Esta CAPA que adoptei…e agora está a mais
Julguei esconder, minhas lágrimas doridas
Acreditei que nesta CAPA eu escondia meus medos
Hoje olho para a minha CAPA…rota e esfarelada
A passos largos chega a hora da escolha
Nesta CAPA me escondi
Acreditei que debaixo dela…minha alma que nasceu velha
Podia ser feliz
Hoje minha alma me condena…por tanto mal que lhe fiz
Cada chuva que a CAPA apanhou…ficou molhada
Minha alma…ficou enregelada
A CAPA por comprida ser…no chão arrastar
Cada pisadela que a capa tem marcada
Minha alma…ficou esmagada
Puxei o capuz até os olhos tapar…convencida que assim não via o que não queria
Por cada pôr-do-sol que tapei com o capuz…minha alma grita
Hoje a CAPA tem buracos
Chego a pensar que minha alma os fez
Acredito que queria espreitar e poder respirar
Mas é difícil tirar a CAPA…como fazê-lo
Faz parte de mim
Igual à minha alma
Com a CAPA sou guerreira sobrevivente…cansada e ferida…mas guerreira
Desnudar minha alma…
Eu sei que facilmente é vencida
Sobreviver já é um fardo
Mas… tenho que proteger esta ingenuidade teimosa que é minha alma
Mas…tenho que defender esta relíquia...o melhor que tenho que é minha alma
Não posso permitir que minha alma seja destruída
A CAPA está rota e cansada como eu
Mas a CAPA é indestrutível

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Meia dúzia de Porquês...2


Para manter a mente ocupada por motivos que agora não vêem ao caso, tenho observado comportamentos humanos e sociais que me intrigam…quase a roçar a fronteira da preocupação

1. Fico sempre confusa ao visitar alguém doente num hospital e, deparo com outra visita a fazer uma lista completa e detalhada de problemas sórdidos ou queixas de dores nas costas, na cabeça, exames médicos para aqui outros para ali…mentalmente sempre penso é pena que não lhe doía a língua.
Será…que uma é questão de distrair o(a) internado(a) das suas maleitas?
2. Digo sempre – PORRRRA – em surdina, quando testemunho o cumprimento de dois homens que não se vêem há tempo considerável.
De palmas de mãos bem abertas, dão palmadas mais do que sonoras nas costas um do outro, que chega-se a ouvir o estremecer dos pulmões
Será…que quanto maior for o intervalo sem se verem maior é a força aplicada nas palmadas???
3. Fico sempre anémica dos neurónios quando uma jovem ou senhora de mini - - saia vestida, quando sentada ou a subir umas escadas esforça-se por esticar o tecido até aos joelhos
Será…porque se sente desconfortável?
Ora gaita assim fico com dois problemas por resolver, se assim for tenho que perguntar então porque vestem a saia? Estranho!!!
4. Tenho sempre vontade de rir e, por norma sou forçada a afastar-me quando numa refeição social qualquer, é-me dado a observar duas pessoas a conversarem e uma delas ter um bocadinho de alface ou salsa nos dentes…a segunda nada diz mas não consegue desviar o olhar…É muito engraçado
Será…que é por ser bem educada???
5. Quando dois deficientes da fala conversam com a sua Língua Universal – gestual, a maioria dos presentes falantes, fixam hipnoticamente todos os movimentos das mãos dos intervenientes.
Será…que nunca lhes foi dito que é muito feio ouvir as conversas dos outros???
6. Dou sempre sonoras gargalhadas quando parada num semáforo, olho para o lado e…temos limpeza rápida porém muito profunda…de nariz.
A pessoa em questão faz sempre um olhar acusatório para mim, nunca entendi porquê
Será…que estão convencidos que do exterior não se vê o que se passa no carro???


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Toma... enganei-te

Vinha eu a subir a rua toda lampeira em passo apressado como de atrasada já vinha
- Quase horas do almoço e ainda por fazer que fixe…- pensei enquanto olhava para o relógio
De relance olhei para a janela
- Boa…e a roupa por apanhar – voltei a pensar
Franzi o sobrolho
- Hammm que é aquilo? – perguntei mentalmente enquanto esforçava a vista – um corvo à porta ? Hammm ?
Que figura tão dramática, uma mulher toda de escuro…um escuro gélido…tão gélido que até me arrepiei
- Eu não acredito…eu estou a ver bem? – comentei baixinho comigo mesma – oh…oh esta gaja. Mas que chatice…raios partam isto…logo esta tipa que é uma carraça
Rapidamente planeei uma estratégia enquanto me aproximava já com a chave do prédio na mão
- Bom dia – cumprimentei sorrindo – dá-me licença?
- Bom dia como está – estendeu a mão – é a Elisabete?
Espera lá que já te lixo, estendi a mão retribuindo com um grande sorriso
- Não, não essa era a dona da casa que comprei aqui
- Ai minha senhora até impressiona… – recomeçou o estupor
- O quê posso saber? – perguntei com voz de quem nada sabe
- É igualzinha a ela, até faz impressão – explicou fungando do nariz
- Pois dizem que sim … mas sabe a casa foi comprada por imobiliária – vai-te ó mau agoiro pensei fazendo mentalmente cruzes com os dedos e continuei – de forma que nunca conheci a senhora
- Sabe já conheço a Elisabete há muito ano e gostava de a ver - disse enquanto abria um lenço
- Pois acredito mas nada posso fazer cara senhora – eu sempre sorrindo
- Nem com o telefone ficou ? – insistiu o estorvo
- Pois … se quer saber nem nunca o tive foi tudo feito pela imobiliária – reparei que não tirava os olhos de mim com o brilho de quem está desconfiado – compreenda por muito que eu queira ser útil… - finalmente a bicha fedorenta desviou-se da porta
- Ai credo nem estou em mim com as parecenças – e voltou a fixar-me
- Bem minha senhora não leve a mal mas vou fechar a porta – porra que a gaja é praga de má sorte – tenho o almoço atrasado
- Pois sendo assim vou andando – voltou a fungar com os olhos a lacrimejar – se não for incomodo eu deixava o meu cartão com os meus contactos – disse enquanto estendia um cartão meio que húmido
Continuei a desempenhar o meu papel
- Claro – estendi a mão enquanto lançava os olhos e lia sorrateiramente
desilusõesmagoadas@hotmail.com
desesperoemlágrimas@gmail.com
- Desculpe a maçada sim? – insistia o emplastre
- De maneira nenhuma foi um gosto – respondi a fechar a porta de…va…ga…ri…nho
Comecei a subir as escadas rapidinho enquanto pensava feliz comigo
- Que fixe…g’anda pinta …consegui enganar a TRISTEZA

domingo, 31 de agosto de 2008

Quer dançar o vira comigo...???

Aceitou? Vamos todos dançar?
Vamos lá isto não custa nada…1…2…e

Mãozinhas no ar
Meus Senhores começar
O pé a saltitar
E a voz a cantar

PALMINHAS e… VIROU

VIRA que VIRA
E torna a VIRA
Na moda deste VIRA
A VIDA não pára de girar

PALMINHAS e… VIROU
(quero esse passo certo)
VIRA que VIRA
E torna a VIRAR
Na moda deste VIRA
Sorrisos quero deixar

PALMINHAS e… VIROU

Guerras e batalhas
Trazemos dentro de nós
Para os males espantar
Meus senhores vamos dançar

PALMINHAS e… VIROU
(troca o par)
Batam palmas bem alto
Sorriam meus Senhores
Nesta VIDA que gira
Os perdedores são vencedores

PALMINHAS e… VIROU

Meus Senhores não chorem
Este VIRA da VIDA não acabou
Nesta moda do VIRA
O sentimento entrou

PALMINHAS e …VIROU

Neste VIRA que VIRA
São frutos de emoções
Sonhos sorrisos e lágrimas
Fazem dor nos corações

PALMINHAS e… VIROU
(muda o par)
Solidão é coisa pouca
Mágoa é banal
Danço como louca
Neste VIRA animal

PALMINHAS e…VIROU

Meus Senhores não corram
Atrás do incerto
Que neste VIRA que VIRA
O cansaço já é certo

PALMINHAS e…VIROU

Sou gozosa sou trocista
Nesta moda do VIRA
Rio p’ra não chorar
Nisso sou artista

PALMINHAS e…VIROU

Quando eu morrer
Quero que se lembrem
O sorriso trazia
A dançar este VIRA

PALMINHAS e…VIROU
(vamos acabar)
Um abraço dou a todos
Dançarinos vocês são
Neste VIRA que VIRA
Estão no meu coração

PALMINHAS e…VIROU

Aceitem este VIRA
E com esta me vou
Acabando esta moda
C’um bem haja que dou
( ACABOU)

Peço que tenham em conta que rimar não sei, a prosa é o meu forte, não levem a mal a brincadeira… é apenas isso…uma brincadeira





quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Voltei...foi assim

Nestes dias na Feira de São Bernardo em Alcobaça, descobri como é bom receber incentivo.
Ver nos olhos admiração, respeito e aquele "...não desista" foi uma fonte de emoção fresca para mim.
Que os dois jovens ao voarem com meus vidros até Luxemburgo, sejam tão felizes como de carinho que ponho em cada trabalho.
Não posso esquecer as pessoas que me deram informações preciosas, para que eu possa abrir portas e caminhos aos meus vidros
Obrigado a todos pelo bem que me fizeram


Adoro esta foto. Brincadeira gostosa com o Presidenta de Junta de Cós. Foi muito divertido

Foi dificil dar conta das encomendas que recebia, já que a todo o momento tinha que dar atenção ao público que parava e me via a trabalhar.
Gostei de explicar como faço meu trabalho.
Obrigado pela atenção que me dedicaram



Aqui estava armada em bem comportada, já que trocava ideias com o Veredor Vinagre da Camarã de Alcobaça, que fazia parte da comitiva na inauguração da feira de 2008


terça-feira, 26 de agosto de 2008

Resposta - 3

- Tu gostas da vida, sempre na brincadeira, a rir. Tu és rija
Foi me dito vezes demais, como se eu fosse alguém diferente.
Se é um elogio até nem aprecio, sou quem sou e nada mais… não compliquem.
Se é reprovação por eu gargalhar na cara da vida de forma atrevida e sem pudor, bom …azar, nada me dá mais gozo que me rir deste tempo a que chamam vida.
Se é desdém por eu olhar com indiferença as dores que não procurei, aos descozimentos e rasgões que não provoquei, também não assombra em nada minha postura.
Sou quem sou, desnudada de qualquer roupagem imposta por educação…cortesia…ética ou coisa que os valha.
Viver, morrer é coisa que não me incomoda.
A Morte …não temo nem a procuro.
Sei que é uma velha amiga, sempre a vigiar-me constante e sei também que é aquela que não irá falhar de tão certeira e implacável que é
A VIDA… não corro atrás nem dela fujo.
Sei que é aquela amiga que sempre gostou de brincar e troçar com quem um dia se lembrou de nascer.
Não permito a ambas terem mais importância ou ocuparem mais espaço do que valem.
No fim das contas, quem sente, quem chora, quem gargalha, quem voa sou EU.
No fim das contas, quem escolhe o fim de cada história em mim… sou EU
EU, escolho aprender no apeadeiro de cada estação da minha viagem



sábado, 16 de agosto de 2008

UM até já


A todos que seguem este blog, por 6 dias (de 20 a 26 de Agosto) vou estar na feira de São Bernardo em Alcobaça a expor meu trabalho de artesanato.
Vou levar o portátil, mas desconheço se tenho rede por isso… obrigado a todos pelo carinho, incentivo e a presença na minha vida
OBRIGADO - PORTUGAL :
Abrantes ; Agueda ; Alcobaça; Algés; Almada; Amadora; Amora; Arganil; Barreiro; Benedita; Braga; Caldas da Rainha; Canedo; Cano; Coimbra; Corroios; Faro; Feira; Figueira da Foz; Funchal; Gondomar; Guarda; Guimarães; Linda-a-Velha; Lisboa; Maia; Marinha Grande; Mirandela; Montijo; Nazaré; Obidos; Paços de Ferreira; Portimão; Porto; Póvoa de Varzim; Queluz; Redondo; Rio Maior; Rio Tinto; Santarém; Santa Cruz; Santo Tirso; Tomar; Torres Vedras; Turquel; Vila Nova de Gaia; Vizela
Pelo carinho, apoio e incentivo em especial:
Florescerem; Arfaioterapia; Profeta; E se eu fosse puta… tu lias?
OBRIGADO - BRASIL :
Araruama; Belém; Belo Horizonte; Botucatu; Brasília; Campina Grande; Campinas; Canoas; Carapimiba; Contador; Cuiabá; Curitiba (Paraná); Douradas; Extremoz; Florianópolis; Gaspar; Goiânia; Guarapari; Guarapuava; Ipatinga; Itapevi; Itaúna; Jaboatão; Jaú; Moji das Cruzes; Nova Petrópolis; Novo Hamburgo; Olinda; Patos de Minas; Porto Alegre; Recife; Ribeirão Preto; Rio Bonito; Rio de Janeiro; Rio Verde do Mato Grosso; Rondonópolis; Santana de Parnaíba; Santo André; Santos; São Bento do Sul; São Bernardo do Campo; São Carlos; São Gabriel; São Gonçalo; São Leopoldo; São Luis; São Paulo; São Vicente; Tubarão; Unknow; Veranópolis; Vila Velha; Vitória
Pelo carinho, apoio e incentivo em especial:
Dama de Cinzas; Isabel Fernanda; Zélia Nicolodi; Regina Coéli; Fada Universo

OBRIGADO - OUTROS :
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Thank you ; Merci ; Hvala; Danke; Gracias; Kiitos; Grazie; Multumesse; Dêkujem vám; Tack; Dziçkujç; Takk; Tak; Bedankt;
Благодарность; धन्यवाद ; благодарности ; ευχαριστώ

OBRIGADO POR SEREM QUEM SÃO

domingo, 10 de agosto de 2008

Meia duzia de PORQUÊS - 1


Tenho andado a ruminar uns quantos PORQUÊS que me incomodam
Sendo eu bicho minhocas resolvi lançar aqui neste escrito

1. Sempre que carregamos num interruptor de luz e a lâmpada está fundida (repito) fundida , ficamos a olhar com cara de HAMMMM… para o candeeiro e repetimos a acção 2 ou 3 vezes.
Será… para dar tempo à lâmpada mudar de ideias?
2. Nas maternidades as visitas fazem sempre as mesmas exclamações enternecidas e acabam sempre com a mesma:
– Tem os dedos tão pequeninos !!!
Será… que esperavam que nascesse com o tamanho dos dedos de estivador ou de pianista?
3. Fico sempre a pensar o que leva determinados adultos a falarem com voz esganiçada para um bébé com linguagem tipo nhanhanhinho…cucu…rrrrrrrr-tuz … rrrrrrr-tátá. Para provar que até sabem o que fazem, acrescentam caretas e alguns quase apertões nas bochechas dos pobres desgraçados.
Será… que é para detectar se a criança fala estrangeiro tipo … Jupituriano ou Plutinêz?
4. Fico sempre curiosa quando os homens coçam os - ditos cujos - de uma forma insistentemente preocupante.
Será… alguma coisa “desarrumada” ou pior até… tipo “entalada”?
5. Minhas ideias ficam sempre anémicas quando alguém muito solidário oferece uma mãozinha para um invisual atravessar uma estrada qualquer.
Eu explico… não é pela acção em si…mas já reparou que levam sempre o invisual praticamente ao colo.
Será…que por ser cego dos olhos pensam que tem os pés tortos?
6. Fico sempre estarrecida quando carrego comigo a eventos sociais (carrego SIM já que fujo o mais que posso desses rituais em que parece bem cumprir) tipo casamentos imponentes , aniversários faustosos…essas coisas
Pois bem já reparou que o ser humano come sem olhar o quê nem quanto.
Sempre que tenho confiança com quem tem estômago fraco, vesícula estragada e até intestinos torcidos digo sempre com um sorriso:
- Vê lá tem cuidado olha que amanhã podes estar mal
- Dias não são dias… – respondem sempre com tom de gozo
E sempre no dia seguinte ligam a dizer
- Ó pá tinhas razão vais comigo até ao hospital?
Será … que pensam que por ser dia de festa os órgãos humanos deixaram de estar doentes?

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Para todos ... amigos(as)















- Para todos os meus AMIGOS (virtuais ou não) aqui fica a minha sentida homenagem de BEM QUERER um abraço do tamanho do mundo a todos VOCÊS -

Amigo(a) gosto que caminhes ao meu lado
Tua companhia agrada-me
Dores trocadas em experiencias experimentadas, sorrisos gargalhados com piadas já gastas
Trocamos olhares…sem palavras
Amigo(a) esta cumplicidade em corpo presente ou ondas do virtual pouco importa o carinho é o mesmo
Por isso…
Amigo(a) não chores porque eu choro por ti
Amigo(a) não desanimes porque eu desanimo contigo
Sei que sou desastrada meio que desengonçada e que rio por tudo e por nada
Sei que sou desligada…um tanto ou quando desleixada
Mas sei também que gosto de ti amigo(a)
Olha para mim…então vá lá…não te escondas
Essa lágrima deixa-me limpa-la
Olha para mim…então vá lá…não te escondas
Essa raiva deixa-me acalmá-la
Olha para mim…então não fujas…não me mintas
Eu sinto que estás infeliz
Já sei, eu sou dura…tenho palavras cruéis
Amigo(a) tenho que enfraquecer essa mania que tens de ser bom(a) a toa
Perdoa-me…
Vês a minha mão?... Está estendida e aberta para ti
Vês os meus braços?... Estão abertos…descansa neles o teu pranto
Vês o molhado dos meus olhos?... Estão a chorar porque tu sofres
De ti não desisto… quero que sorrias
De ti tenho orgulho… na minha vida quero a tua mais valia
Amigo(a) não tenhas medo da dor, ela é somente uma dor…
Amigo(a) sorri para vida para que ela possa sorrir para ti
Amigo(a) não desistas…não faças isso a ti próprio(a)
Eu acredito, confio e aposto em ti AMIGO(A)




terça-feira, 5 de agosto de 2008

O POETA...calou-me com esta

Óhhhh…Ó senhor espere…Olhe olhe…espere se faz favor…
- Sim…é comigo ?
- Desculpe boa tarde, ando a procura do Sr. Poeta – expliquei com aquele ar…de quem está encavacado
- Sim sou eu – respondeu arqueando uma sobrancelha
- Viva sou Elisabete – estendi a mão e acrescentei – posso cumprimentá-lo ?
- Sim claro – abriu um sorriso e estendendo a mão – Então que me quer?
- Vou ser curta e grossa Sr. Poeta, quero muito escrever sobre o tema amor, no fim de ensaios e mais ensaios nunca fico satisfeita…
- Ora ora isso é próprio de quem ama – interrompeu com um sorriso malandro
- … Pois… - respondi sem graça
- Jovem senhora aceita beber um café comigo ?
- Sim…está bem aceito – respondi satisfeita
Entramos num cafézinho…logo ali… lojinha modesta e muito asseada com ambiente simpático
Sentados a um cantinho, bebemos o cafézinho
- Estava a dizer…- começou
- Pois então, tantos escritos sobre amor e a coisa não tem corrido nada bem, no fim de remoer a ideia decidi pedir a sua ajuda. Peço desculpa…mas compreenda é mesmo muito importante para mim
- E posso saber que quer dizer nesse escrito?
Senti que consegui prender-lhe a atenção e comecei a explicar:
- Quero que o meu amor saiba o quanto gosto da sua pele…tem perfume a mel
Quero que meu amor saiba que no seu respirar está o ar que eu preciso
Quero que meu amor saiba que nas asas do seu olhar eu espreito os DEUSES
Preciso que ele saiba que ao toque das suas mãos meus arrepios ficam quentes com as sensações de volúpia
Preciso que ele saiba que com seus beijos meu corpo num rodopiar volteia com a corrida feita por fogo em minhas veias
Preciso que ele saiba que embriagada me entrego num banho viciante nas ondas do seu cabelo
Ele tem que saber que fico em sereno êxtase no abraço sentido no finalzinho do prazer?
Ele tem que saber do sono perfeito que durmo no seu peito
Ele tem que saber que é o homem que quero para mim
Sr. Poeta, consegui fazer- me entender?
- Jovem senhora, compreendi na perfeição…- respondeu fixando seus olhos nos meus
- …
Fiquei à espera ansiosa
-…
Já começava a ficar nervosa
- E que me diz Sr. Poeta, posso contar com a sua ajuda? – perguntei cheia de coragem – Eu vou ajudá-la com uma frase somente – respondeu suavemente
- Pois então diga… – pensei… - é agora
- Regras não há para escrever a força do SENTIR – e da forma educada que assentiu falar comigo se despediu
Até agora só consigo pensar com um sorriso
- O POETA calou – me com esta…

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Contigo estou...zangada

Cozo o meu SENTIR com linhas de DESCONSERTO
E remendo este rasgão do tamanho do eterno
Levanto os olhos para a TUA imensidão
E em grito sofrido

Estou desiludida… CONTIGO

Á porta de TUA casa cheguei
Muda entrei…
Com tremuras suadas TEUS olhos encarei
Saí … não aguentei

Estou desiludida… CONTIGO

Um dia TE reneguei em momento de desatino
Em farrapos pedi-te perdão sentido
Fui verdadeira…TU aceitas-te
Mas…neste Presente

Estou desiludida… CONTIGO

Sei que existes, não o nego
Confusa e dorida a pergunta faço
Com voz de quem canta um fado chorado
- Porque me desencantaste?

Estou desiludida… CONTIGO

Uma prova de amor em forma do acordo
TE ofereci…
Acreditei em TI…falhas-Te comigo
Desventrada eu TE digo

Estou zangada… CONTIGO






terça-feira, 29 de julho de 2008

TROCO

Hoje descobri que ainda sou uma pessoa feita de medos, receios, raiva e que eu … também eu choro
Hoje eu posso gritar aos quatro ventos – eu também sofro, eu também tenho magoas que me desventram sem dó
Foi tanto o tempo a esconder que até eu acreditei quando olhavam para mim e diziam
- Contigo é diferente, tu és forte.
Foi tanto o tempo sem desabar que até eu acreditei quando a sorrir me diziam
- Tu deves de ser muito feliz
Foi tanto o tempo a emparedar medos que até eu acreditei quando em gozo afirmavam
- Tu sabe-la toda, tens cá uma escola
Foi tanto o tempo de armadura de cor VERDADE, com cheiro REALIDADE e de malha INVENCIVEL que até eu acreditei quando olhavam para mim e diziam
- Tu sabes como lutar, a ti as forças não te faltam
Hoje chorei como aquela menina…que já não lembrava…menina tímida, menina solitária
Hoje chorei como aquela adolescente que teimava em não querer crescer
Hoje chorei como aquela jovem que queria esconder-se do mundo
Hoje chorei como mulher adulta que sou, sem vergonha nem pudor
Hoje perdi-me da guerreira que teimei ser. Hoje permiti-me ser apenas mulher.
Se estou orgulhosa??? Claro que não, apenas foi um momento de fraqueza…e SÒ
Agora de lágrimas limpas, sorriu em volta pois não posso, não devo nem tenho tempo para fraquejos próprios de quem pode ter o luxo de ser humano
Agora de olhos enxutos, divirto quem ao meu lado está, não posso dar espaço ao silêncio pesado e que fere quem precisa de esperança
Agora de lágrimas limpas, maquilhagem feita numa pressa, não vou permitir nunca que minhas olheiras me denunciem.
Agora de olhos enxutos, beijo com paixão e fervor o meu homem
No seu pescoço, penduro-me e enrolo-me num abraço, meus dedos enterro no seu cabelo grisalho, vejo-me no fundo dos seus olhos e a sorrir digo – nunca esqueças que te amo
No seu pescoço, penduro-me e enrolo-me num abraço, respiro o seu cheiro e num longo beijo tento soprar minha vida , fazendo uma oração oferecendo a minha pela dele

domingo, 27 de julho de 2008

Matematica da vida

No anterior texto , Dama de Cinzas escreveu o seguinte comentário“Queria tanto que a vida fosse matemática, se tivémos x dias de tristeza, teremos um saldo de x de alegrias... Mas nem sempre é assim...”
Logicamente a ruminar num bailado a frase ocupou espaço na minha cabeça e numa brincadeira esta matemática fictícia apareceu
Ora vamos lá ver

TRISTEZA + TRISTEZA = LAGRIMA
LAGRIMA x LAGRIMA = DESENCANTO
DESENCANTO + DESENCANTO = DOR

LÁGRIMA que banha o DESENCANTO arrefece a DOR
Noves fora NADA está certo

SORRIR + FINGIR = OMITIR
SENTIMENTO + PERCA = VAZIO
VAZIO : DOR = SOLIDÃO
LEMBRAR : TRISTEZA = MAGOA

OMITIR o VAZIO escondido arrasta consigo a SOLIDÃO magoada
Noves fora NADA está certo

ACREDITAR + CONFIAR = SONHAR
Boa?
LUTAR + FÉ x PERCAS = DESILUSÃO
Certo?
COMBATE x GARRA = DESGASTE

DESILUÇÃO constante DESGASTA o próprio SONHAR
Noves fora NADA está certo

RIR + PRAZER x LOUCURA = SABER
DESISTIR + NECESSIDADE = INTELIGENCIA
ESPERAR x SERENIDADE + ORGULHO = VIVER
RECUAR + OBSERVAR = APRENDER

VIVER é SABER ter a INTELIGENCIA para APRENDER
Noves fora NADA está certo

Feitas as contas desta forma até nem é difícil estar vivo…- pois quem dera - eu também digo Dama de Cinzas

quinta-feira, 24 de julho de 2008

E depois...? Grande coisa...!

Caís-te no chão redonda
- Pois caí e depois? Grande coisa, quem caí só tem que se levantar
Ficas – te desiludida contigo porque falhas-te
- Pois fiquei e depois? Grande coisa, desilusões é comum em quem acredita e falhar é próprio de quem tenta alguma coisa
Tiveste medo
- Pois tive e depois? Grande coisa, só não tem medos quem já morreu e não sabe
Vais ter que te levantar
- Pois vou e depois? Grande coisa, vai ser igualzinho a outras vezes, passo a ficar de gatas até erguer-me de novo
Vais ter que te encarar e desculpar
- Pois vou e depois? Grande coisa, ninguém disse que sou perfeita
Vai ser difícil
- Pois vai e depois? Grande coisa, ninguém me disse que viver é fácil
Muito bem, até aqui venceste mas sabes o que vem por ai, pronta para o estar sozinha mais uma vez?
- ÓHHHHH voz pérfida estás tão apostada em estar na minha cabeça e tão convencida de ti que estás cega. Olha lá voz ainda não percebeste que estar sozinha é coisa banal para mim. Xiça que és burra
Por ai vêem dias turbulentos? Vêem SIM. E depois? Grande coisa quantos outros já passei e ainda aqui estou
Por ai vêem horas de lágrimas sorridentes e gritos calados? Vêem SIM. E depois? Grande coisa nisso sou mestre
Por ai vêem horas de descrença? Vêem SIM. E depois? Quem disse a ti que ainda acredito em alguma coisa?
Por ai vêem horas de desespero sem nada poder fazer…apenas ali ficar…ao lado? Vêem SIM. E depois? Quem disse a ti que saber amar é fácil
- Quer dizer que já decidiste?
Para tua tristeza JÁ DECIDI SIM
- Por agora afasto-me mas… eu volto
Eu sei disso, quando estiver CANSADA e o MEDO aparecer dançando a valsa com a DUVIDA, sei bem demais que na minha cabeça vais voltar com PERGUNTAS acusatórias, CONSTATAÇÕES derrotistas e SENTENÇAS mais do que perpétuas. Ora grande coisa…! E depois? Esse é o teu papel, viver na cabeça de todos nós de dedo apontado e em eco cavernoso
– Vais falhar…não és capaz…tudo te corre mal…pobre de ti…como és infeliz…patati mais patata
Eu por mim escolho mandar-te às favas
- …
- …
Voz foste embora? Desististe por hoje?
- …
- …
Boa… parece que esta noite posso dormir finalmente…ao menos por hoje



segunda-feira, 21 de julho de 2008

Uma resposta - 1

- Queria ser como tu, lutadora, segura e tão destemida
Sempre tão alegre, sempre positiva de peito aberto para a vida
Tu consegues ser feliz…és forte
Foi – me dito a roçar a fronteira da acusação
Que culpa tenho eu se acreditam na felicidade?
Felicidade…o que é isso, essa coisa que todos dizem querer?
Felicidade…é apenas um SENTIR de um momento
Perdoem-me, mas não é por esse momento nascer e acabar que as contas podem ficar por pagar
Que culpa tenho eu que numa procura constante todos reneguem a condição de estar vivo
Perdoem-me…mas um momento é para ser vivido apenas como tal…um momento
Correr atrás de coisas que só vivem um momento…? Para mim é coisa pouca.
Bem sei, provavelmente serei o protótipo daqueles que a vida é sem sabor e sem mais valias.
Provavelmente, mas quando quero ter UM MOMENTO vou até ao mar, vejo o nascer ou o pôr-do-sol…e continua a ser um momento
Procuro cavaqueiras brejeiras e muito fúteis ao som de uma música fixe…e continuo a viver um momento
Lembrar uma ou outra vitória gloriosa e fantástica que outrora possa ter tido e passo a ter dois MOMENTOS o vivido na altura e a LEMBRANÇA no presente
O meu truque é apenas dar a relevância que eu escolho gastar em cada momento que vivo
A minha magia é rir muito quando estou exausta de mim
O meu truque é enterrar a mão no peito e trocar a dor por outro sentir
Não me desgasto em correr atrás daquilo que sei não existir
Não me canso a fugir daquilo que tenho como certo
Sou humana, sou marioneta da minha condição de mortal


sexta-feira, 18 de julho de 2008

CONSCIÊNCIA

Que bem eu estava, enrolada no roupão de caneca na mão a correr no horizonte sem rumo sem norte
Toca a campainha:
- Visitas agora? Vou fazer-me de morta – pensei bem estatela na cadeira
A campainha novamente
- Gaita… tenho que ir ver
Devagar devagarinho levantei-me na esperança de demorar o suficiente para não ser ninguém
- Quem é – perguntei
- EU
Já em tom de quem esta lixado – Eu quem?
- EU a tua consciência minha linda – sempre com aquela voz bem mordaz e trocista
Fiquei ali a olhar para a porta sem saber o que fazer que vexame…
- Então lindinha não vais abrir a porta? – quase que podia adivinhar o sorriso malicioso – ahhhh lembrei estas sem saber o que fazer
- Só um…bocadinho – ligeira passei os dedos pelo cabelo, com a ponta dos dedos molhados com saliva passei pelos olhos e abri a porta – Viva por aqui tão cedo – tentei disfarçar com voz sorridente
- Tão cedo? Ao meio dia e meio – foi entrando como se eu ali não estivesse só a voz me intimidava – podes fechar a porta já entrei linda – acrescentou radiografando a minha alma.
- Sim claro – deslizei para a cozinha – és servida de um café? – ofereci tentando ser agradável
- Café à hora que devias estar a almoçar? – sentou-se traçou a perna e de olhar mais moderado – despenteada…hummm essas coisas brancas na cabeça são cabelos?
- Pois…quer dizer… tenho tido pouco tempo – resolvi fazer um esforço peguei na caneca para esconder o ar encavacado e continuei com voz naturalmente…natural – com a exposição à porta…depois as encomendas…sim não posso descuidar essa parte…é muita coisa a planear…e o tempo fica curto – acendi um cigarro…mais golo para ganhar tempo e recompor-me do susto – e claro com isso tudo…ahmmm
- Claro… claro – interrompeu pousando o cotovelo na mesa, esperei logo o pior – pois faço ideia isso tudo mais o cair em desespero, o descontrolo, mais visita do Sr.Medo , os concelhos bombásticos da esperta da Solidão, depois a promessa da falsa da Confiança mais o ranhoso do Acreditar que sempre ilude, a fulana espertalhona da Garra que sempre promete mas nunca cumpre e, o tipo que gosta de dar um rebuçado como é o nome?
- O Vencer? – nem eu me consegui ouvir
- Pois esse tipo acena sempre mas muito pouco se aproxima e quando EU chego dou contigo nesta lástima
- Ohhhhh Consciência, espera lá que as tuas conclusões…
- Vou esperar o quê? Tu definhes de desespero? Diz-me criatura resolves alguma coisa em te entregares dessa forma?
- Não é isso é que…
-Ora inventa lá uma boa resposta só se for para te convencer a ti – levantou-se pôs o braço no meu ombro – ora vamos lá tratar de ti miúda - fomos até ao quarto – Olha boa… calça feminina sem provocação mais …olha fixe…blusa decentemente transparente…hummmm cá está um belo de um cinto - pousou a mão no meu queixo – e agora Elisabete vamos tratar desse cabelo – começava a gostar de sentir que alguém estava a conduzir-me
Pintei o cabelo, desculpei-me com a tinta para disfarçar as lágrimas que apostavam em me fazer ficar envergonhada
- Então miúda uma dessas…de vez em quando lava a alma
Relembra-mos coisas antigas enquanto passava o tempo da tinta pegar, rimos enquanto fazia as sobrancelhas e me depilava.
Escolhemos a cor do verniz e dei cor às unhas
Ajudou-me a entrar na banheira, deixei a água beijar-me com beijos protectoramente maternos
Enrolada na toalha estava cansada, um cansaço de mim
- Vamos – pousou a mão na minha cabeça e sorriu – ainda não acabámos já falta pouco para ficares melhor
Devagar vesti-me e sequei o cabelo com um vagar ritualizado… como o nascimento de uma criança
Olhei-me no espelho, uma mulher segura e confiante estava no reflexo
- Miúda toma atenção – sussurrou ao meu ouvido – doía o que doer agora não tens tempo para desânimos nem desistências. Lembra-te pinta-te da cor vida, perfuma-te de sorriso e veste a roupa do sonho. Porque mesmo que morrendo dentro de ti aos olhos de quem amas tens que semear esperança.
Mansamente foi-se embora e até agora ecoa as palavras da minha CONSCIÊNCIA