terça-feira, 29 de julho de 2008

TROCO

Hoje descobri que ainda sou uma pessoa feita de medos, receios, raiva e que eu … também eu choro
Hoje eu posso gritar aos quatro ventos – eu também sofro, eu também tenho magoas que me desventram sem dó
Foi tanto o tempo a esconder que até eu acreditei quando olhavam para mim e diziam
- Contigo é diferente, tu és forte.
Foi tanto o tempo sem desabar que até eu acreditei quando a sorrir me diziam
- Tu deves de ser muito feliz
Foi tanto o tempo a emparedar medos que até eu acreditei quando em gozo afirmavam
- Tu sabe-la toda, tens cá uma escola
Foi tanto o tempo de armadura de cor VERDADE, com cheiro REALIDADE e de malha INVENCIVEL que até eu acreditei quando olhavam para mim e diziam
- Tu sabes como lutar, a ti as forças não te faltam
Hoje chorei como aquela menina…que já não lembrava…menina tímida, menina solitária
Hoje chorei como aquela adolescente que teimava em não querer crescer
Hoje chorei como aquela jovem que queria esconder-se do mundo
Hoje chorei como mulher adulta que sou, sem vergonha nem pudor
Hoje perdi-me da guerreira que teimei ser. Hoje permiti-me ser apenas mulher.
Se estou orgulhosa??? Claro que não, apenas foi um momento de fraqueza…e SÒ
Agora de lágrimas limpas, sorriu em volta pois não posso, não devo nem tenho tempo para fraquejos próprios de quem pode ter o luxo de ser humano
Agora de olhos enxutos, divirto quem ao meu lado está, não posso dar espaço ao silêncio pesado e que fere quem precisa de esperança
Agora de lágrimas limpas, maquilhagem feita numa pressa, não vou permitir nunca que minhas olheiras me denunciem.
Agora de olhos enxutos, beijo com paixão e fervor o meu homem
No seu pescoço, penduro-me e enrolo-me num abraço, meus dedos enterro no seu cabelo grisalho, vejo-me no fundo dos seus olhos e a sorrir digo – nunca esqueças que te amo
No seu pescoço, penduro-me e enrolo-me num abraço, respiro o seu cheiro e num longo beijo tento soprar minha vida , fazendo uma oração oferecendo a minha pela dele

domingo, 27 de julho de 2008

Matematica da vida

No anterior texto , Dama de Cinzas escreveu o seguinte comentário“Queria tanto que a vida fosse matemática, se tivémos x dias de tristeza, teremos um saldo de x de alegrias... Mas nem sempre é assim...”
Logicamente a ruminar num bailado a frase ocupou espaço na minha cabeça e numa brincadeira esta matemática fictícia apareceu
Ora vamos lá ver

TRISTEZA + TRISTEZA = LAGRIMA
LAGRIMA x LAGRIMA = DESENCANTO
DESENCANTO + DESENCANTO = DOR

LÁGRIMA que banha o DESENCANTO arrefece a DOR
Noves fora NADA está certo

SORRIR + FINGIR = OMITIR
SENTIMENTO + PERCA = VAZIO
VAZIO : DOR = SOLIDÃO
LEMBRAR : TRISTEZA = MAGOA

OMITIR o VAZIO escondido arrasta consigo a SOLIDÃO magoada
Noves fora NADA está certo

ACREDITAR + CONFIAR = SONHAR
Boa?
LUTAR + FÉ x PERCAS = DESILUSÃO
Certo?
COMBATE x GARRA = DESGASTE

DESILUÇÃO constante DESGASTA o próprio SONHAR
Noves fora NADA está certo

RIR + PRAZER x LOUCURA = SABER
DESISTIR + NECESSIDADE = INTELIGENCIA
ESPERAR x SERENIDADE + ORGULHO = VIVER
RECUAR + OBSERVAR = APRENDER

VIVER é SABER ter a INTELIGENCIA para APRENDER
Noves fora NADA está certo

Feitas as contas desta forma até nem é difícil estar vivo…- pois quem dera - eu também digo Dama de Cinzas

quinta-feira, 24 de julho de 2008

E depois...? Grande coisa...!

Caís-te no chão redonda
- Pois caí e depois? Grande coisa, quem caí só tem que se levantar
Ficas – te desiludida contigo porque falhas-te
- Pois fiquei e depois? Grande coisa, desilusões é comum em quem acredita e falhar é próprio de quem tenta alguma coisa
Tiveste medo
- Pois tive e depois? Grande coisa, só não tem medos quem já morreu e não sabe
Vais ter que te levantar
- Pois vou e depois? Grande coisa, vai ser igualzinho a outras vezes, passo a ficar de gatas até erguer-me de novo
Vais ter que te encarar e desculpar
- Pois vou e depois? Grande coisa, ninguém disse que sou perfeita
Vai ser difícil
- Pois vai e depois? Grande coisa, ninguém me disse que viver é fácil
Muito bem, até aqui venceste mas sabes o que vem por ai, pronta para o estar sozinha mais uma vez?
- ÓHHHHH voz pérfida estás tão apostada em estar na minha cabeça e tão convencida de ti que estás cega. Olha lá voz ainda não percebeste que estar sozinha é coisa banal para mim. Xiça que és burra
Por ai vêem dias turbulentos? Vêem SIM. E depois? Grande coisa quantos outros já passei e ainda aqui estou
Por ai vêem horas de lágrimas sorridentes e gritos calados? Vêem SIM. E depois? Grande coisa nisso sou mestre
Por ai vêem horas de descrença? Vêem SIM. E depois? Quem disse a ti que ainda acredito em alguma coisa?
Por ai vêem horas de desespero sem nada poder fazer…apenas ali ficar…ao lado? Vêem SIM. E depois? Quem disse a ti que saber amar é fácil
- Quer dizer que já decidiste?
Para tua tristeza JÁ DECIDI SIM
- Por agora afasto-me mas… eu volto
Eu sei disso, quando estiver CANSADA e o MEDO aparecer dançando a valsa com a DUVIDA, sei bem demais que na minha cabeça vais voltar com PERGUNTAS acusatórias, CONSTATAÇÕES derrotistas e SENTENÇAS mais do que perpétuas. Ora grande coisa…! E depois? Esse é o teu papel, viver na cabeça de todos nós de dedo apontado e em eco cavernoso
– Vais falhar…não és capaz…tudo te corre mal…pobre de ti…como és infeliz…patati mais patata
Eu por mim escolho mandar-te às favas
- …
- …
Voz foste embora? Desististe por hoje?
- …
- …
Boa… parece que esta noite posso dormir finalmente…ao menos por hoje



segunda-feira, 21 de julho de 2008

Uma resposta - 1

- Queria ser como tu, lutadora, segura e tão destemida
Sempre tão alegre, sempre positiva de peito aberto para a vida
Tu consegues ser feliz…és forte
Foi – me dito a roçar a fronteira da acusação
Que culpa tenho eu se acreditam na felicidade?
Felicidade…o que é isso, essa coisa que todos dizem querer?
Felicidade…é apenas um SENTIR de um momento
Perdoem-me, mas não é por esse momento nascer e acabar que as contas podem ficar por pagar
Que culpa tenho eu que numa procura constante todos reneguem a condição de estar vivo
Perdoem-me…mas um momento é para ser vivido apenas como tal…um momento
Correr atrás de coisas que só vivem um momento…? Para mim é coisa pouca.
Bem sei, provavelmente serei o protótipo daqueles que a vida é sem sabor e sem mais valias.
Provavelmente, mas quando quero ter UM MOMENTO vou até ao mar, vejo o nascer ou o pôr-do-sol…e continua a ser um momento
Procuro cavaqueiras brejeiras e muito fúteis ao som de uma música fixe…e continuo a viver um momento
Lembrar uma ou outra vitória gloriosa e fantástica que outrora possa ter tido e passo a ter dois MOMENTOS o vivido na altura e a LEMBRANÇA no presente
O meu truque é apenas dar a relevância que eu escolho gastar em cada momento que vivo
A minha magia é rir muito quando estou exausta de mim
O meu truque é enterrar a mão no peito e trocar a dor por outro sentir
Não me desgasto em correr atrás daquilo que sei não existir
Não me canso a fugir daquilo que tenho como certo
Sou humana, sou marioneta da minha condição de mortal


sexta-feira, 18 de julho de 2008

CONSCIÊNCIA

Que bem eu estava, enrolada no roupão de caneca na mão a correr no horizonte sem rumo sem norte
Toca a campainha:
- Visitas agora? Vou fazer-me de morta – pensei bem estatela na cadeira
A campainha novamente
- Gaita… tenho que ir ver
Devagar devagarinho levantei-me na esperança de demorar o suficiente para não ser ninguém
- Quem é – perguntei
- EU
Já em tom de quem esta lixado – Eu quem?
- EU a tua consciência minha linda – sempre com aquela voz bem mordaz e trocista
Fiquei ali a olhar para a porta sem saber o que fazer que vexame…
- Então lindinha não vais abrir a porta? – quase que podia adivinhar o sorriso malicioso – ahhhh lembrei estas sem saber o que fazer
- Só um…bocadinho – ligeira passei os dedos pelo cabelo, com a ponta dos dedos molhados com saliva passei pelos olhos e abri a porta – Viva por aqui tão cedo – tentei disfarçar com voz sorridente
- Tão cedo? Ao meio dia e meio – foi entrando como se eu ali não estivesse só a voz me intimidava – podes fechar a porta já entrei linda – acrescentou radiografando a minha alma.
- Sim claro – deslizei para a cozinha – és servida de um café? – ofereci tentando ser agradável
- Café à hora que devias estar a almoçar? – sentou-se traçou a perna e de olhar mais moderado – despenteada…hummm essas coisas brancas na cabeça são cabelos?
- Pois…quer dizer… tenho tido pouco tempo – resolvi fazer um esforço peguei na caneca para esconder o ar encavacado e continuei com voz naturalmente…natural – com a exposição à porta…depois as encomendas…sim não posso descuidar essa parte…é muita coisa a planear…e o tempo fica curto – acendi um cigarro…mais golo para ganhar tempo e recompor-me do susto – e claro com isso tudo…ahmmm
- Claro… claro – interrompeu pousando o cotovelo na mesa, esperei logo o pior – pois faço ideia isso tudo mais o cair em desespero, o descontrolo, mais visita do Sr.Medo , os concelhos bombásticos da esperta da Solidão, depois a promessa da falsa da Confiança mais o ranhoso do Acreditar que sempre ilude, a fulana espertalhona da Garra que sempre promete mas nunca cumpre e, o tipo que gosta de dar um rebuçado como é o nome?
- O Vencer? – nem eu me consegui ouvir
- Pois esse tipo acena sempre mas muito pouco se aproxima e quando EU chego dou contigo nesta lástima
- Ohhhhh Consciência, espera lá que as tuas conclusões…
- Vou esperar o quê? Tu definhes de desespero? Diz-me criatura resolves alguma coisa em te entregares dessa forma?
- Não é isso é que…
-Ora inventa lá uma boa resposta só se for para te convencer a ti – levantou-se pôs o braço no meu ombro – ora vamos lá tratar de ti miúda - fomos até ao quarto – Olha boa… calça feminina sem provocação mais …olha fixe…blusa decentemente transparente…hummmm cá está um belo de um cinto - pousou a mão no meu queixo – e agora Elisabete vamos tratar desse cabelo – começava a gostar de sentir que alguém estava a conduzir-me
Pintei o cabelo, desculpei-me com a tinta para disfarçar as lágrimas que apostavam em me fazer ficar envergonhada
- Então miúda uma dessas…de vez em quando lava a alma
Relembra-mos coisas antigas enquanto passava o tempo da tinta pegar, rimos enquanto fazia as sobrancelhas e me depilava.
Escolhemos a cor do verniz e dei cor às unhas
Ajudou-me a entrar na banheira, deixei a água beijar-me com beijos protectoramente maternos
Enrolada na toalha estava cansada, um cansaço de mim
- Vamos – pousou a mão na minha cabeça e sorriu – ainda não acabámos já falta pouco para ficares melhor
Devagar vesti-me e sequei o cabelo com um vagar ritualizado… como o nascimento de uma criança
Olhei-me no espelho, uma mulher segura e confiante estava no reflexo
- Miúda toma atenção – sussurrou ao meu ouvido – doía o que doer agora não tens tempo para desânimos nem desistências. Lembra-te pinta-te da cor vida, perfuma-te de sorriso e veste a roupa do sonho. Porque mesmo que morrendo dentro de ti aos olhos de quem amas tens que semear esperança.
Mansamente foi-se embora e até agora ecoa as palavras da minha CONSCIÊNCIA

sábado, 12 de julho de 2008

Vão-se lixar...

Provavelmente por estar azeda e meia que vencida pelas circunstâncias que estou a viver eu comece a ficar embirrenta e muito ranzinza.
Mas paciência começa a faltar com todos os que à minha volta para se sentir inteligentes e úteis cospem frases mais do que feitas, compradas e vendidas
- São privações que Deus entende que temos que passar para nosso bem, mais tarde vai recompensar – sempre de cara muito pesarosa e constrangida
Mentalmente respondo sempre, grande amigo... nasci de uma prostituta e dum chulo viciado em jogo que amavelmente me deu 11 madrastas, isto num regime de ditadura com os preconceitos normais e rotineiros
Criada por uma avó que me deu o que podia e melhor sabia onde amor era a única fartura, já que comida rareava para pagar as dívidas do meu estimado pai
Estudei de noite para trabalhar de dia e pagar as despesas é que a avó começava a ficar velhinha
Químicos e álcool foram os meus companheiros de noite e de dia já que era a forma mais fácil de sonhar, desta forma iludi-me 6 anos
Aos 25 caso-me , com os enredos normais e o passado que não me pertencia , coisa corriqueira para quem é segundo casamento
10 anos, a tratar da minha avó já velhinha, que tudo fez por mim
Larguei trabalho, a minha vida para na cabeceira dela ficar, dei-lhe banho, transportei-a no meu colo, mudei as suas fraldas e as mesmas canções de embalar que me tinha cantado eu cantei para espantar a morte daquele quarto.
Acabou a viagem dela por estas margens fez 3 anos
Larguei a casa onde fui nascida e criada por decisão do senhorio e por questões económicas larguei minha terra (cidade grande) para viver numa terrinha que não me diz nada no meio de gente que nada me diz.
E quando ao fim de vinte anos de casada me começo a sentir uma mulher amada e olhada com desejo eis a visita fantástica em todo o seu esplendor CANCRO.
Lógicamente que de armadura vestida e de espada em punho a estratégia começou
1- Saí próstata
2- Pesquisas intermináveis sobre o assunto, consequências da cirurgia, que comprar para evitar as consequências e ter sempre a mão
3- Comprar sacos para algália (nocturnos e diurnos ) , informação como tirar e pô-los, baptiza-los com humor - bobby
4- Incontinência à vista ? Qual o problema ? Fraldas, depois pensos anatómicos para homem e se necessário operação
5- E claro carradas de maquilhagem para nunca me denunciar
Tudo estudado estrategicamente e cumprido ao pormenor ainda não fez um ano, os valores voltam a subir e saí radioterapia em Setembro
Estava mesmo a fazer falta
Ontem chumbo no exame de condução , momento glorioso…
E vem falar que são privações que Deus entende ser para nosso bem ? Quem tem amigos destes…
Depois temos a outra versão de consolo igualmente inteligente e com sentido de oportunidade raro
- A vida tem que ter sempre uns contras , para sabermos dar valor ás coisas boas
Ora vão para a MERDA mais a lógica da batata, se a vida lhes corre tão bem que receiam tanto o marasmo eu por mim não me importava nada que a minha fosse bem menos complicada.
Não existe nada pior que termos que aguentar com a necessidade constante de terceiros que teimam em serem úteis com filosofias vestidas de inteligência
Muito mais inteligente é a presença mesmo que na distância, apenas para dizer – não desistas eu acredito em ti.
Muito mais útil é apenas um abraço silencioso pois quando nada se tem para dizer é um favor que se faz ficar calado.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Mania de escrever

Esta mania…Este vício de escrever
Escrever por tudo e por nada…sem nada dizer...
…Escrever por escrever…apenas para não ficar calada
Esta mania…este vício será loucura?
…pensar eu que foi na ilusão de ser uma pretensa escritora que me mantive lúcida
Será TERAPIA?
Agrada-me pensar que é uma forma saudável e inteligente de desencardir a alma
Será BRINCAR com as palavras?
Diverte-me pensar que é ter queda sem ter onde cair
Será retocar SENTIRES?
Dá-me prazer a ideia que são bocados de dores arrancados e por fim lançados num espaço qualquer
Será DROGA?
…na verdade foi a escrever que aprendi a ludibriar o desprezo subtilmente irónico e a ironia tão maliciosamente perversa
DOENÇA?
Algumas vezes tenho ficado doente sim
Quando encontro um papel ou outro por deitar fora e nele leio as lágrimas por chorar, palavras que ficaram por dizer.
Faz-me ficar doente sim
Ora seja o que chamarem não podem negar que nesta BRINCADEIRA que é a vida a DOENÇA dos SENTIRES aparece de forma explosiva e a DROGA mais poderosa é a TERAPIA que mais lúcidos nos mantêm.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Sentimentos escondidos

Estou exausta de tanto tempo de espera
Uma espera doloridamente demorada
Nada pude fazer…apenas esperar
Por ter de esperar…ganhei esperança
Por ter esperança…senti medo
Por ter medo…fiquei exausta
E por estar tão esgotada…estou zangada
Uma raiva crescente a que me agarro como se fosse uma prancha salvadora abandonada nas ondas tempestivas de quem enfrenta o inevitável
Uma RAIVA que vou transformar em minha companheira inseparável
Quando lágrimas me nascerem nos olho, pela RAIVA vou procurar…vou precisar que me diga
- não sejas fraca
Quando o desespero me sufocar com soluços, a RAIVA quero ter ao meu lado…vou precisar que me diga
– não…agora não é o momento
Quando gritar gemidos surdos por cravar as unhas na alma, pela RAIVA vou procurar…vou precisar que me diga
- aguenta sorrindo
Quando os cabelos do meu amor começarem a cair, a RAIVA quero ao meu lado…vou precisar que me diga
- enfrenta o desalento eu estou aqui contigo
Quando o meu amor arrancar com vómitos as entranhas, pelos olhos da RAIVA vou procurar…preciso que ela chore em meu lugar
Quando o meu amor nos olhos tiver a cor da desistência, os braços da RAIVA quero à minha volta…vou precisar que me diga
- amiga não desistas
Para que num sorriso mesmo que medroso, no ouvido do meu amor, mesmo que seja em voz pequenina, serenamente eu consiga dizer
- Amor agarra-te á vida

terça-feira, 1 de julho de 2008

M.E.D.O.

M.E.D.O. – Mente que Encarna a Desistência Ocasional
(nome pomposo)
M.E.D.O. – Mentira Enervante Dorida e Obsessiva
(era um titulo giro para um filme)
M.E.D.O. – Micróbio Encrostado e Dissolvente da Opção
(com uns tubos de ensaio até parece bem)
M.E.D.O. – Monstro Emproado Detestável e Odioso
(este roça a fronteira da Terra do Nunca)
M.E.D.O. – Momento Existente em Devaneios Ocasionais
(este até faz pensar um psicólogo)
Seja qual o nome que lhe chamar MEDO é sempre MEDO.
Seja a cor que lhe der o desconforto é sempre o mesmo
É certo que imaginação não me falta
Mas… capacidade para dominar este agora?
Mas…domínio para este tempo de espera?
É certo que a vontade tudo consegue
Pois…e que faço eu com as tremuras?
Pois…e que faço eu com os suores?
É certo que disfarço bem
Enganar os outros é coisa batida
Enganar a mim…é coisa F…
É certo que uns cremes esbatem as olheiras
Pois…e voar nas asas do sono?
Pois…e convencer o MEDO que são horas dele descansar?
Todas as manhãs vejo o calendário
Eu bem empurro os dias
Mas eles insistem em não andar…
Adiantei as horas na tentativa de enganar o relógio…
Mas tenho que andar no horário de toda a gente…
Passo o tempo a repetir para eu ouvir
- Vai correr tudo bem
E o medo faz - se ouvir
- Aqui quem manda sou eu
Aiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Estou cansada de tanto desespero
Estou desesperada com tanto receio
Estou receosa de ficar louca
Estou louca para que tudo passe