quarta-feira, 11 de junho de 2008

SILÊNCIO

São 3.45H
Noite fria esta, até fez esquecer o Sol que aqueceu o dia.
SILÊNCIO o meu grande companheiro de horas azedas e zangadas
Penso e repenso palavras que ouvi, olhares que li ou senti e pensamentos que adivinhei.
Gosto da noite por isto, este silêncio agrada-me, este escuro é como se fosse a minha gruta, o meu esconderijo. Será que me escondo? De quem dos outros? Nãoooooo
Que mal me podem fazer …apenas coisas próprias de quem esta vivo
Fazer rir, fazer chorar, prejudicar, ajudar, consolar, iludir, acarinhar, mentir…ora ora grande coisa
Provavelmente escondo-me de mim…
Falo para o silêncio e ele sempre silencioso ouve-me todas as vezes como se fosse a primeira.
Isto irrita-me aquela postura de quem tudo sabe de forma paternal ou maternal…ou coisa do género.
Depois começo a ficar danada e quando já estou zangada digo em tom sarcástico
- Obrigadinho por nada dizeres ou fazeres com a tua Omnipotência e Sabedoria era de esperar um pouco mais de atitude, uma solução ou outra… dá sempre jeito certo? È que para espectadora estou cá eu…
Sabes silêncio há quem te chame Deus, quem te chame Fé outros Esperança ou outra coisa qualquer
Eu chamo-te Silencio
Pelo menos é uma palavra que sei o significado, que o sinto.
As outras são palavras interpretadas, frutos de historias verdadeiras ou não que certeza posso eu ter? Eu não estava lá não vi…
No entanto eu sei que existes, eu sou prova viva disso mas que raiva que me dá quando olho a minha volta queres que sejamos torturados, crucificados como reza a história.
Peço perdão estou confusa, baralhada e neste AGORA estou zangada, tu conheces-me sabes que nestes momentos dou tiros no escuro...perdoa-me
Mas que queres tu sabes que não pertenço ao grupo da resignação mentirosa
Se estou zangada não te escondo, se estou confusa não vou dizer amens a tudo
No fim de contas TU é que és o Magnânime e a Compaixão
...Perdoa-me tu não mereces que eu seja irónica, tens sido um grande e fiel amigo, eu sei que tenho que te ouvir mais.
...Espera será que o medo da saída do passado e a chegada deste presente tão inesperado que fez nascer este medo, esta incerteza - para onde e por onde vou
Está a tolher-me os sentidos …é isso?
Esta insegurança está a desconcertar o meu interior.
É isso Silêncio? Basta confiar ?
Pronto...estás a ver...é por isso que gosto de falar contigo, nas tuas respostas silenciosas...consigo ouvir a TUA... minha voz.
SILÊNCIO obrigado por teres falado comigo.

3 comentários:

Rui Caetano disse...

O silêncio é um bom amigo, tantas vezes nos faz jeitinho.

Cris Medeiros disse...

Lindo, lindo texto! De muita sensibilidade!

Às vezes eu converso com o Silêncio e outras vezes com sua irmã, a Solidão!

Beijos

O Profeta disse...

É uma deicia ler-te...


Sou!? Serei apenas um desalinhado?
Pensador fugitivo ao agreste sonho
Uma pedra pensante no meio da ilha
Meio Homem, meio Arcanjo, um ser bisonho


Convido-te a navegares esta vaga de sentires


Mágico beijo