segunda-feira, 6 de junho de 2011

PREÇO...VIDA

02h00 da madrugada.
Sentada na varanda olho a noite estrelada que o vento arrebata num abraço
No intervalo de um golo de um álcool doce qualquer, sorriu e lembro a conversa do dia anterior
- Não sei se gosto de ti assim
Foi-me dito com sobrolho de desconfiada acusação
Sorri e com o silêncio … respondi
Fica muito fácil de agradar
Enquanto procuramos a arte de dizer N…Ã…O…
Alguém pedinchar em voz paupérrima que gostem de si
É coisa que por vezes até dá jeito
A procura perversa da disponibilidade total
É coisa aliciante e maligna
Tanto para quem manobra quer para a vítima
Quando nasci…ninguém me disse
Que “estar viva” era fácil
Apenas me foi dito que fosse digna…!!!
Que culpa tenho eu…que façam concorrência no “bem parecer”???
Que culpa tenho eu…que viciem a corrida do “fica bem”???
Do NADA sou rainha
Meu reinado fica na TERRA de NINGUEM
Eu não acordo todos os dias VIVA
Para MORRER a lastimar o que nunca tive…e o que perdi
Dedos apontados…agora??? Já não receio
Ecos acusadores…hoje??? Já não me intimidam
Silêncios castigadores…??? Não resistem a uma canção bem timbrada
Gritos desatinados…??? Eles calam-se...com uma bela gargalhada
Perdi- me de MIM???
Sim é verdade!!!
Tenho saudades de quem fui???
Pois tenho!!!
Mas não troco a GARRA e a RAÇA que CONQUISTEI
Pelas CORRENTES e a TIMIDEZ castradora
Para saldar O PREÇO de estar VIVA

quarta-feira, 18 de maio de 2011

RASTEIRA...

Tenho pressa…pressa de mim.
Foram tantos os nós apertados …
Tantos novelos de novo enrolados…
Não dei conta do tempo passar
Por isso tenho pressa
Quero eu passar pelo tempo…
Antes que o tempo passe por mim
É desigual esta aposta…??? Eu sei disso
Mas neste meu jeito desengonçado e desastrado
AHHHHHHH…! Raios me partam !!!
Se a corrida não ganho
Da mochila deito fora magoa, dor, saudade e desencanto
Pego em pensos rápidos…defendo assim as feridas
Conto 1…2…e…3…
E faço uma bela rasteira na vida

terça-feira, 17 de maio de 2011

O MEU JEITO...

(EM SEQUENCIA DE UMA CONVERSA ESCRITA QUE HOJE ME FEZ RIR COMO À MUITO NÃO ACONTECIA, ESCREVI ESTE “ESCRITO” E…APETECEU-ME AQUI PUBLICAR)

Que de mim seria sem o meu desatino descarado
Em tom ironia com jeito destravado
Crio assim à minha volta um desconforto engraçado
Com destemida lealdade gosto de marcar pela diferença
Não para cair no agrado … é mesmo da minha essência
Sou irrequieta e tenho mau humor
Com facilidade fico zangada …garanto fico um estupor
Um vez por outra acho piada ser engraçada
Porém sou séria e…demasiadamente acabrunhada
Gosto de ser despudorada no meu “SENTIR”
Culpas como desculpas??? Para mim não servem para nada
Procurar resposta correcta em mim…é tempo pedido
Sigo sempre o caminho da pergunta acertada
Amar foi coisa que nunca soube…mas sempre soube dar de mim
Raiva é a minha mola…só assim consigo ter forças
Sonhar é coisa que aprendi a não querer para mim
Feitas as contas magoa, desencanto, feridas na alma
Não são mais do que a traição desse sonhar.
Ilusões??? Essas hoje já nada me podem prometer
Com um em colher de ombros…estalo os dedos ficam em nada
Volta e meia ainda choro mas…porque de outras lágrimas ainda me doem os olhos..
Hoje estou muito cansada. Fui tola… corri demais… atrás da vida
Agora sentada na minha sonora gargalhada a vida se quiser que espere por mim

sexta-feira, 29 de abril de 2011

POR MOMENTOS...FOI ASSIM

Neste meu “agora”
Preciso de “TI”
Preciso da urgência do “TEU” abraço
Confesso que sou desajeitada meia desengonçada no meu desabafo
Admito que no meu desalento a “TI” renego com ingratidão
Mas sem pudor sempre me desnudei na “TUA” frente…
A “TI” não escondo minhas culpas
Neste meu “agora”
Preciso de “TI”
Preciso da pressa de “TEU CONFORTO”
Sei que é somente uma DOR…
Numa tela pintada em cor de desencanto
Com moldura em madeira desalento
Também sei que esta garra feita de gana que em mim mora
Na hora certa e sem demora…do nada sempre desperta
Mas neste meu “agora”
A DOR mergulhou em mim
Por isso “agora”…preciso tanto de “TI”
Não procuro milagre algum…
Nem realidades impossíveis…
Apenas peço que em “TEU COLO” aceites minha cabeça afagar
“PAI” permite esta “TUA “ filha no “TEU” peito descansar

quarta-feira, 27 de abril de 2011

É TARDE

Se ganho ou se perco ??? Que me importa ?
Abraçar um sonho ??? Que me interessa ?
Gritar dores ??? Oras quem não sente ?
Chorar saudade ??? E quem não sente?
Neste acordar todos os dias
Deixo-me ficar neste levar
Sentir é coisa que em mim já não tem espaço
Perder… é genético
Rejeitada… habituei-me
Esquecida…já faz parte
Trocada… é meu nome
Desencanto… é o meu companheiro
Hoje banho-me nas lamas imunes “do nada sentir”
Minhas lágrimas são secas
Tantos foram os gritos calados
Cravados a ferro na minha alma
Pouco importa agora
Feridas, magoas, desencantos
Agora pouco importa
Minha alma está em coma
Minha alma está cansada

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

SEM NOME


Sorriso trocista e gozão lança a VIDA
Um desafio constante em desgarrada
Sou filha do vento não digo NÃO a nada
Do NADA sou rainha
Sentada no TRONO de tudo fazer
Na mão a TAÇA do brinde ao ETERNO
Na cintura o PUNHAL de já nada querer
Ahhhhhhhhhhhhh vida tão descompassada
Fui, amada como ninguém, esquecida… fui também
Lantejoulas vesti… remendada andei
Fui aplaudida … também fui trocada
Conheci a fartura … pela fome fui marcada
Cantei, dancei, gargalhei e… chorei calada
VERGONHA… baptizei de CORAGEM
HUMILHAÇÃO…apelidei FORTALEZA
Amei até doer…
Dentro de mim trouxe a esperança…
Perdia… nem teve o nome de CRIANÇA
ZELOSA… andei com morte ao colo…
Marcas deixei por onde passei e… memórias arrecadei
Nesta coisa de que chamam de vida
Tive fartura de TUDO… TUDO foi em fartura
Estou tão cansada…
Foram muitas as vezes que gritei
“eu DESÇO AQUI”
Mas sempre CONTINUEI…
Aceitando o desafio ladino atempadamente lançado
Por TI VIDA…NUM ABRAÇO VICIADO
Ahhhhhhhhhhhh que raiva esta garra que me está entranhada
Quem dera ter a coragem de dar-me por vencida
Carambas !!!
Não quero mais esta teimosia de TUDO perder em TUDO viver
MERDA… estou cansada
Ao mar pergunto qual o meu MISTÉRIO
Em cada arvoredo procuro qual o meu SEGREDO
Respondem sempre em sussurro
“ És filha do vento”


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

ESTOU EM TI

Procurei nos “CANTOS ESCONDIDOS”
Aquilo que de “mim” perdi
“De mim” já nada tenho
Mas sei que estou em ti
Dentro de ti estou escondida
Oiço o “GRITO” daqui
Abraça-me por favor
Sem “MIM” fico perdida
Em ti me encontro
Sorriu do cansaço
Na cadeira do conforto me sento
Na paz adormeço
Neste ficar deixo-me levar
Enroscada no teu peito
Respiro o teu ar
E o medo foge em pranto
Dei o que dei
Porque fui quem fui
Hoje procuro quem sou
P’ra saber quem serei
Em ti sei que estou
Em ti sei que ainda vivo
Beija-me por favor
Dá-me seiva de vida

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

ECOS



ECOS que teimam em voltar, Ecos que lutam por ficar
São fantasmas vencidos que lutam para em mim estar
Fujo assustada, nego que os oiço…
Volto a fugir…não quero ser apanhada
Estou tão cansada
Rainha do NADA… eu fui coroada
VAZIO … é o meu reino
Trago na cintura o PUNHAL … da má sorte
Sento-me no trono do FRACASSO
Estou tão cansada
São ECOS, abraçados a tempos que magoam
Vestidos de mágoa
São ECOS, beijados com a saliva do abandono
Sabem a lágrimas
Fujo e fujo mas…será que sou apanhada???
Trago em mim o segredo
Sou filha do vento
Eu não espero por NASCER
Eu faço ACONTECER
Fujo e fujo…estou cansada SIM
Mas será que sou apanhada ???
Trago em mim o segredo
Sou filha do vento
Eu fico o momento no tempo dos outros
Mas sou eu sempre …quem escolhe
O tempo de ficarem no meu momento

sábado, 1 de janeiro de 2011

HORA MARCADA

Hoje não tenho espaço para “DORES”
Hoje não vou carregar “MAGOAS”
Silencio barulhento de TI já não temo
Não sinto culpa nem represália
Meu destino viciado
Tem os dados “FARSADOS”
É um jogo intrujado
Num tabuleiro desgastado
Encolho os ombros saindo
Sempre que já não tenho lugar
Sigo desprovida de “SENTIRES”
E começo outro caminhar
Muitas são as pegadas em mIm marcadas
Outras tantas são as que marquei em muitos “ALGUENS”
Destino viciado, rola que tenho pressa
A hora está marcada

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

UM "AGORA"


Rola que rola este viver sem nexo

Escrever e apagar uma história que já não tem papel

Nada se perde, nada se ganha

Apenas...tudo se transforma

Numa narrativa que se desenrola

Mais parece um velho cordel

Chorar é tempo perdido

Gargalhar é coisa ensaiada

Sobra um sono pesado

Esboço de vitória conseguida

Deixo-me ficar neste levar

Embalada na exaustão de uma fugida

Infinita é a vontade

Poder acordar igual a uma ave renascida

Nevoeiro embaça os olhos

Dores embaraçam o corpo

Descanço o sentimento

No ecran branco escrevendo